quarta-feira, 6 de abril de 2016

Brasil/Universidades organizam resistência e criam comitês em defesa da democracia



4 abril 2016, União Nacional dos Estudantes – UNE http://www.une.org.br (Brasil)

por Rafael Minoro


Site traz o mapeamento da resistência democrática nas instituições de diversos estados, além de trazer um passo a passo para a montagem de novos comitês

Cada vez mais universidades brasileiras estão se mobilizando na luta a favor da democracia e contra a ruptura institucional no país. Os chamados comitês universitários pela democracia estão surgindo em instituições públicas e privadas, de todas as regiões, com o objetivo de debater o momento político atual. A iniciativa envolve estudantes, professores, funcionários, técnico-administrativos e toda a comunidade acadêmica.

Para acompanhar esse movimento, foi criado o site Universidade Pela Democracia (www.universidadepelademocracia.org.br), uma plataforma de mapeamento de todos os comitês criados pelo país, além de coletivos e outras frentes universitárias. Antes, o movimento já atuava pelas redes sociais no endereço facebook.com/universidadepelademocracia.

A ideia da ferramenta é reunir em só espaço toda a mobilização universitária pela
democracia, auxiliando na organização local e na construção de redes. O funcionamento é simples, basta o usuário cadastrar o seu comitê ou o seu coletivo pela democracia e passar a integrar o sistema.
Além disso, o site traz um passo a passo para a montagem de novos comitês universitários. A partir de um manual detalhado, os interessados têm acesso a instruções de como promover debates, atividades culturais, como desenvolver estratégias de divulgação, materiais gráficos, guerrilha virtual e outras táticas de mobilização.

INTERNET PELA DEMOCRACIA

O site Universidade Pela Democracia integra um conjunto de iniciativas virtuais para a defesa da democracia e a luta contra a ameaça de golpe. Entre outras estão o site Mapa Da Democracia (www.mapadademocracia.org.br) – instrumento que tem sido usado pela sociedade para pressionar parlamentares a votarem contra o impeachment e o Não Vai Ter Golpe (www.naovaitergolpe.com) que reúne informações sobre o atual momento político e manifestos de diferentes entidades, artistas, coletivos e indivíduos pela democracia.

---------------- Relacionada

Quem somos Conheça um pouco mais sobre o movimento 

O movimento “Universidade pela Democracia” é uma iniciativa dos estudantes, professores, funcionários, técnicos administrativos e toda a comunidade universitária para formar opinião e intervir no presente momento político do país.

A universidade é o espaço do conhecimento, do diálogo, das diversas formas de pensar que produzem o nosso olhar crítico sobre o mundo. Além disso, é o espaço para criar novas propostas, para debater ideias e transformar a sociedade diretamente. A universidade é o espaço da democracia.

Durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985), a universidade sofreu diversos ataques por conta daqueles que desejavam eliminar as formas de pensamento e organização de estudantes, professores e funcionários. Porém, a universidade resistiu e foi um dos espaços para a reconstrução do país.

Atualmente, com nova ameaça ao regime democrático, a universidade brasileira entra novamente em cena, mais uma vez como protagonista a partir da organização dos comitês universitários em defesa da democracia.

Os comitês têm a função de denunciar a movimentação dos grupos que buscam uma ruptura e querem botar em risco a democracia no país e uma série de conquistas, como a expansão do ensino superior, o Prouni, o Fies e as cotas.

Veja também


------------


SOBRE A UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES
4 abril 2016, União Nacional dos Estudantes – UNE http://www.une.org.br (Brasil)

A UNE é a entidade máxima dos estudantes brasileiros e representa cerca de seis milhões de universitários de todos os 26 Estados e do Distrito Federal.

A universidade é um ambiente onde a juventude brasileira tradicionalmente se organiza em torno de visões, opiniões e vontades comuns. Movimento estudantil é o nome dessa atividade que envolve tanto a organização de uma festa como a participação numa passeata, a criação de uma empresa júnior ou a representação política para debater o país.

Em meio a esse processo, os estudantes vão se organizando em entidades representativas como DAs (diretórios acadêmicos), CAs (centros acadêmicos), DCEs (diretórios centrais), uniões estaduais de estudantes e executivas nacionais de cursos. A união destas organizações forma, há mais de 70 anos, a UNE.

LUTAS E BANDEIRAS

A entidade funciona como um espaço e um veículo de lutas sociais e bandeiras do movimento estudantil do Brasil. A UNE lutou, por exemplo, pela aprovação do Plano Nacional de Educação no Congresso Nacional, uma batalha pelo investimento de 10% do PIB em educação pública. Quer a regulamentação do ensino superior privado e se posiciona contra a desnacionalização da educação.

A UNE batalha pelo reconhecimento da meia-entrada para atividades culturais e esportivas como um direito de todos os estudantes. Reivindica a desmilitarização da polícia, o respeito à diversidade e o fim do genocídio da juventude negra nas periferias urbanas. Reforça a luta pelo passe livre estudantil, pela reforma política com o fim do financiamento empresarial de campanhas e pela democratização dos meios de comunicação.

HISTÓRIA

A história da UNE, entidade fundada em 1937, confunde-se com a do Brasil moderno. Em um passado recente, participaram do movimento estudantil brasileiros pessoas como a presidenta Dilma Rousseff, o diplomata e poeta Vinicius de Moraes (1913-1980), o ex-governador de São Paulo José Serra, o cineasta Cacá Diegues, o religioso Frei Betto e o poeta Ferreira Gullar.

Da campanha “O Petróleo é Nosso” na década de 1940, do enfrentamento ao nazi-fascismo e durante a resistência à última ditadura civil-militar, passando pelas “Diretas Já”, pelo movimento dos “caras pintadas” contra o governo Collor, a luta contra os governos neoliberais nos anos 1990 e pelas jornadas de junho de 2013 por um país melhor, a UNE fez parte dos principais movimentos populares da história recente brasileira.

Nos últimos anos, a entidade alcançou importantes conquistas para a educação brasileira, como a aprovação do Plano Nacional de Educação com o investimento de 10% do PIB no setor até 2024; e a destinação de 75% dos royalties do petróleo e 50% do Fundo Social do Pré-Sal para a educação.

PARTICIPAÇÃO

A UNE organiza-se, basicamente, em três instâncias deliberativas: o Conselho Nacional de Entidades de Base (Coneb), que reúne os diretórios acadêmicos (DAs) e centros acadêmicos (CAs) do Brasil; o Conselho Nacional de Entidades Gerais (Coneg), que agrega os diretórios centrais de estudantes (DCEs) e executivas nacionais de cursos; e o Congresso da UNE (Conune), formado por todas as entidades e também por todos os estudantes que quiserem, de maneira livre, participar.

O Conune, que acontece a cada dois anos, é a maior instância do movimento estudantil brasileiro. Durante o congresso, elege-se a nova diretoria da UNE e são tomadas decisões sobre os rumos da entidade.

Também é possível participar da UNE e do movimento estudantil de outras formas. A principal é a própria colaboração em cada DA, DCE ou qualquer outra entidade representativa dos estudantes, debatendo os problemas locais e propondo soluções. Veja 10 passos para montar uma entidade estudantil na sua faculdade. Você também pode baixar a Cartilha da UNE que explica mais detalhadamente como montar o seu CA, com modelo de ato inclusivo.

A UNE também realiza encontros nacionais temáticos, como o Encontro de Estudantes Negros e Cotistas e o Encontro de Mulheres. Outra grande atividade é a Bienal da UNE, voltada principalmente para a área da cultura, com mostras universitárias e convidadas de música, cinema, artes visuais, literatura, artes plásticas e artes cênicas. Em muitas universidades, a UNE atua também a partir do Circuito Universitário de Cultura e Arte (CUCA).

Assista ao vídeo abaixo e conheça a história da UNE:


Nenhum comentário: