quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Moçambique/Pesquisa da história da luta de libertação: privilegiar os combatentes

17 de Setembro de 2015, Jornal Notícias http://www.jornalnoticias.co.mz

A pesquisa e recolha de informação sobre a história da luta de libertação nacional feita por diversas instituições interessadas, incluindo as universidades, deve privilegiar os depoimentos dos combatentes e de todos aqueles que directa ou indirectamente viveram e testemunharam o processo de emancipação dos povos e países da região.

O facto foi defendido ontem em Maputo pelo Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário, na abertura do seminário científico sobre “Os Desafios de Pesquisa da História da Luta de Libertação Nacional na Actualidade”, organizado pelo Centro de Pesquisa da História da Luta de Libertação Nacional (CPHLLN), uma entidade
subordinada ao Ministério dos Combatentes (MICO).

Segundo Carlos Agostinho do Rosário, a divulgação da informação e de testemunhos recolhidos deve servir para valorizar o sacrifício dos combatentes e contribuir para a educação patriótica dos moçambicanos na consolidação da unidade nacional, que constitui elemento fundamental para a preservação da paz.

Para o governante, os resultados de pesquisas e análises científicas dos acontecimentos históricos das lutas contra a dominação colonial deverão conduzir à preservação, valorização e divulgação da história da luta de libertação nacional, devendo constituir, por isso, fonte de inspiração não só para a juventude actual como para as gerações vindouras.

Indicou que as lutas de libertação nacional que os povos da região ousaram levar a cabo foram um imperativo e uma missão nobre de soberania e constituíram a única forma de negação à opressão colonial.

“Hoje estamos livres e independentes pois a determinação e coragem dos nossos povos levaram-nos à liberdade que hoje usufruímos como um direito inalienável, ou seja, a nossa maior conquista”, disse Carlos Agostinho do Rosário.

Afirmou que o seminário, que junta investigadores de Moçambique, da África Austral, da Rússia e da Alemanha, para além dos próprios combatentes, constitui um espaço privilegiado de partilha de experiências sobre os resultados da pesquisa da história dos movimentos de luta de libertação em África.

Manifestou a expectativa de que os debates e a partilha de experiências no evento sirvam para promover e consolidar as formas de pesquisa, de modo a conferir a fiabilidade científica à história de libertação nacional dos povos de África, em particular o povo moçambicano.

O Primeiro-Ministro disse que o Governo criou o Centro de Pesquisa da História da Luta de Libertação Nacional com o objectivo de promover e encorajar a preservação e valorização do património histórico do povo moçambicano.

Convidou os combatentes da luta de libertação nacional para que continuem a divulgar a história de que eles foram sujeitos activos, como forma de perpetuar o seu legado junto das presentes gerações e vindouras.

O governante referiu que o seminário, que termina amanhã, sexta-feira, decorre num momento em que em vários cantos do país ouvem-se vozes da população a clamarem pela paz, concórdia, diálogo entre os moçambicanos para encontrar soluções pacíficas para as suas diferenças, condições indispensáveis para o progresso socio-económico.

“A paz que todos clamamos no nosso país é também condição para os propósitos do presente evento, porque sem paz não será possível levarmos avante a nobre missão de pesquisa e preservação do património da rica história dos nossos povos, em especial a preciosa história recente, a luta armada de libertação nacional, que trouxe a liberdade e a independência nacional”, disse.

Afirmou que há uma elevada consciência nos moçambicanos de que a guerra é um monstro devastador de vidas humanas, que destrói sem piedade as conquistas nacionais obtidas com sacrifício das garras do colonialismo.

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