sábado, 12 de setembro de 2015

Abya Yala, Pátria Grande/Cristina defende América Latina unida contra exploração neoliberal

10 setembro 2015, Vermelho http://www.vermelho.org.br (Brasil)

Telám/Presidenta destacou que, ao contrário da União Europeia, países da 
América Latina não deixam os imigrantes “morrer na praia”

A presidenta da Argentina, Cristina Kirshner, defendeu o aprofundamento da integração latino-americana como melhor forma de garantir a soberania dos países do Sul, durante um evento de inauguração de uma unidade de pronto-atendimento na região de Buenos Aires, nesta quarta-feira (9). O ex-presidente Lula, que dá o nome ao novo hospital, participou da cerimônia.

Por
Mariana Serafini

Cristina denunciou os interesses imperialistas em manter os países latino-americanos “separados”, a fim de fortalecer a exploração no continente. “Lula e Néstor [Kirchner] inauguraram uma etapa inédita na história das relações entre Brasil e Argentina. Sempre nos enfrentávamos, e isso não era casualidade, era mais interessante ter estes países divididos para mantê-los subordinados, por isso devemos aprofundar a integração latino-americana porque este é nosso destino”, afirmou. 

Para a presidenta, o caminho da integração é o fortalecimento de blocos como o Brics e, neste sentindo, pediu a Lula que seja embaixador ante os integrantes para defender o ingresso da Argentina. “Que não seja mais Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e sim Bricsa!” 

Ao contrário dos Estados Unidos e União Europeia, o princípio dos países latinos deve ser a solidariedade, defendeu a presidenta, ao afirmar não aceitar, em hipótese alguma, que a Argentina tome de exemplo ou seja comparada “a alguns países do Norte”. “Não queremos parecer com países que expulsam imigrantes e deixam crianças morrer na praia”, disse, ao criticar a postura dos países europeus que têm fechado suas fronteiras e abandonados milhares de imigrantes e refugiados à própria sorte. 

Garantia de direitos para o povo argentino
Assim como no Brasil, a direita argentina também costuma fazer chacota de
populares que se manifestam em defesa dos governos progressistas. O equivalente ao “sanduiche de mortadela”, utilizado aqui como forma pejorativa de dizer que os manifestantes não se mobilizam por vontade própria, lá é o “choripán”, espécie de sanduiche de chouriço. A presidenta ironizou essa crítica ao dizer “hoje não temos choripán porque está chovendo, não há como fazer. O povo está aqui porque voltou a crer quando havia sido abandonado e nós chegamos e os fizemos se sentir parte da pátria, como todos os argentinos”.

Na Argentina também o governo se preocupou, na última década, em garantir direitos e ampliar o acesso da população mais pobre. Cristina denunciou a onda hostil impulsionada pela direita contra os beneficiados e pediu para o povo guardar na memória como a vida era em 2003 e como é agora, não para agradecer, mas para nunca mais permitir que os direitos sejam retirados novamente. “Os que nos insultam, o fazem porque antes tinham os choripáns mais caros da história. Era necessário um governo que reconhecesse os direitos do povo.” 

Fortalecimento do Mercosul
Homenageado com o nome em um hospital importante para a garantia de direitos básicos de saúde do povo argentino, Lula destacou que no Brasil também foram construídos milhares de centros de atendimento durante os anos de governo progressista. Lembrou que o impulso para esta mudança de postura dos países do Sul aconteceu quando ele e Néstor Kirshner, Evo Morales, Hugo Chávez e Rafael Correa se reuniram em Mar del Plata, na Argentina, para “enterrar a Alca, fortalecer o Mercosul”. Ressaltou também a criação da Unasul e da Celac.

“O Brasil e a Argentina construíram a mais importante relação política e comercial da história destes dois países e, se continuarem unidos, tenho certeza de que a América Latina continuará unida”, afirmou Lula. 

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