terça-feira, 18 de agosto de 2015

Ideais da SADC: Moçambique reafirma compromisso

18 de Agosto de 2015, Jornal Notícias http://www.jornalnoticias.co.mz (Moçambique)

O Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, reafirmou ontem, em Gaberone, Botswana, o compromisso de Moçambique em relação aos ideais e às aspirações da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

O Chefe do Estado fez este pronunciamento na sua primeira participação numa cimeira ordinária do bloco económico regional, após tomar posse em 15 de Janeiro último.

Filipe Nyusi disse perante os seus homólogos que está feliz por notar que o Programa Quinquenal do Governo moçambicano, focalizado na paz, desenvolvimento humano, produtividade e competitividade, desenvolvimento de infra-estruturas e gestão sustentável dos recursos alinha com as prioridades definidas pela SADC.

Lembrou que
quando tomou posse afirmou que iria respeitar os acordos bilaterais e multilaterais e as convenções de que Moçambique faz parte e reforçar a participação do país nos esforços de preservação da paz, estabilidade e a promoção do desenvolvimento internacional.

A 35.ª cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da comunidade regional, que começou ontem, tem como lema “Acelerando a industrialização das Economias da SADC através da transformação dos recursos naturais e desenvolvimento do capital humano”.

Para o Presidente da República, este lema é elucidativo no que tange aos desafios que a região deve superar para o desenvolvimento harmonioso, sustentável e inclusivo.

Por outro lado, considerou que essa industrialização, consubstanciada no Plano Estratégico Indicativo Regional Revisto para 2015-2020, vai permitir a transformação e acréscimo de valor aos abundantes recursos naturais existentes nos países do grupo.

É expectativa do Chefe do Estado que esta cimeira, que termina hoje, possa definir linhas claras que viabilizem a implementação dos vários planos, estratégias da organização, sobretudo no que respeita ao seu financiamento, através da aceleração do Fundo de Desenvolvimento Regional.

Na abertura da cimeira, Moçambique foi citado como um dos cinco países que, a nível da SADC, regista os níveis de crescimento económico mais altos entre os países em vias de desenvolvimento. Segundo a Secretária-Executiva da comunidade regional, a tanzaniana Stergomena Lawrence Tax, nesse ranking, Moçambique é a segunda economia que mais cresce (7,3 por cento), depois de Angola (10,3 por cento). As restantes que fazem parte do grupo dos cinco são a RD Congo e Tanzania (ambas crescendo em 6,6 por cento) e Botswana (5,3 por cento). Nesse contexto, a secretária Tax apelou a estes países para continuarem a tudo fazer para manter e aumentar estes índices.

Após a cerimónia da abertura, os Chefes de Estado e de Governo da comunidade reuniram-se à porta fechada para avaliar a implementação do plano estratégico sobre a industrialização e o respectivo roteiro, um programa que visa a criação de indústrias nos países da região com o objectivo de transformar esta parte do continente de um exportador de matérias-primas para um exportador de bens de consumo. (Lázaro Manhiça, em Gaberone)

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18 de Agosto de 2015, Jornal Notícias http://www.jornalnoticias.co.mz (Moçambique)

A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) continua a gozar de estabilidade e de um ambiente político de paz, factores catalisadores para uma integração económica e desenvolvimento.
A avaliação é da secretária-executiva da SADC, Stergomena Lawrence Tax, ao intervir na abertura da 35.ª cimeira de Chefes de Estado e de Governo da comunidade que decorre desde ontem em Gaberone, a capital do Botswana.

A secretária-executiva da organização felicitou os seis países que no período que vai de Agosto do ano passado a esta parte realizaram eleições pacíficas, livres e justas. Trata-se, para além de Moçambique, do Botswana, Maurícias, Namíbia, Zâmbia e o Lesotho.

Stergomena Tax disse que o plano estratégico de industrialização da região reconhece a importância da paz, segurança e estabilidade como pré-requisitos para o desenvolvimento socioeconómico.

Esclareceu que o programa de industrialização das economias da SADC vai trazer uma transformação socioeconómica e melhorar a criação de oportunidades para as comunidades, incluindo jovens e mulheres, contribuindo, desta forma, para o desenvolvimento sustentável e para a erradicação da pobreza que atinge a maioria dos seus habitantes. Estes esforços, de acordo com Tax, irão indirectamente ajudar a fazer face aos desafios emergentes de segurança e de estabilidade como os problemas transfronteiriços migratórios e demográficos devido ao  desenvolvimento desnivelado.

A cimeira da SADC é dominada por questões económicas, mas mesmo assim há espaço para o tratamento de assuntos políticos para permitir o seu acompanhamento por parte dos Chefes de Estado e de Governo do grupo regional.

É assim que a “troika” do Órgão de Cooperação Política e Defesa e Segurança da SADC, então ainda sob direcção do Zimbabwe, se reuniu na véspera da cimeira para ouvir o relatório da comissão mandatada para tratar da situação provocada pela crise política no Lesotho. A comissão é liderada pelo vice-presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, que chegou a Gaberone um dia antes da cimeira.

Falando ontem perante os seus pares na cerimónia de abertura da cimeira, o Primeiro-ministro do Lesotho, Pakalitha Mosisili, agradeceu os esforços que estão a ser feitos pelos países da SADC para a normalização da vida naquele reino montanhoso encravado na África do Sul.

Disse estar ciente de que para o povo sutho alcançar as suas legítimas aspirações para o desenvolvimento económico, social e estabilidade política e boa governação precisa, como sempre, do apoio do colectivo dos países da comunidade.

Agradeceu também pelo facto de os países-membros terem ajudado o país, nos seus momentos mais difíceis, consentindo sacrifícios para que o país conseguisse realizar eleições em Fevereiro último.

Pakalitha Mossisili afirmou que o principal desafio do momento é a recusa dos partidos da oposição em aceitar os resultados dessas eleições.

Pakalita Mosisili lidera um Governo de coligação de seis partidos. (Lázaro Manhiça, em Gaberone)


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