quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Angola/RESPOSTA ENÉRGICA AO CAOS

6 janeiro 2015, Jornal de Angola EDITORIAL http://jornaldeangola.sapo.ao (Angola)

O fim dos conflitos em África é um dos grandes objectivos da União Africana, que não cessa de protagonizar iniciativas  visando a total estabilidade do continente. A promoção da paz e da segurança em África é uma das principais missões da organização, que tem de se adaptar às novas realidades do continente e actuar em conformidade  com os desafios decorrentes da instabilidade que ainda persiste em diferentes regiões.

A gestão e resolução de conflitos armados é uma prioridade da União Africana, que está condenada a  lutar pela estabilidade dos povos africanos, para poder promover o desenvolvimento do continente. Derrotado o colonialismo em África e instaurados em muitos Estados africanos regimes democráticos, espera-se que o continente avance para a  efectiva estabilidade, que é o garante do funcionamento normal das instituições e de realizações nos domínios  económico e social.

Os africanos querem construir um continente de progresso e
contam com o empenho da União Africana, que está assente numa estrutura que pode dinamizar projectos de natureza económica, com repercussões na vida dos povos do continente. Mas a resolução de problemas económicos tem de ser precedida de soluções para questões de ordem política. Sem estabilidade política não se pode trabalhar para acabar com a pobreza ou com o analfabetismo e para criar um espaço em que haja  produção e inovação permanentes. África tem muitos problemas económicos e sociais pela frente e os seus filhos devem fazer com que a resolução destes não seja constantemente adiada , para que milhões de africanos saiam do sofrimento e superem as más condições de vida. 

Os conflitos armados inviabilizam a prosperidade  do continente. É por isso imperioso que  os políticos africanos se envolvam na busca de uma paz duradoura. Os povos de África exigem dos seus dirigentes sabedoria  para contornar os mais complexos problemas  que ainda temos.
 
E muitos já apontam para Angola. O Presidente José Eduardo dos Santos conseguiu a estabilidade política,  o desenvolvimento social e económico, através de uma política bem sucedida que teve como base o diálogo e a concertação.
Os pais fundadores dos nossos Estados fizeram heroicamente a sua parte ao conduzirem lutas de libertação que venceram o colonialismo, permitindo a conquista das independências. São vários os líderes africanos que souberam, com coragem e inteligência, libertar os povos do continente da opressão e escravidão.
 
Cabe aos actuais dirigentes africanos dar provas de capacidade para,  também com inteligência, dirigir os povos do continente para sucessos na frente da economia, devendo para tanto afastar com urgência os factores de instabilidade que  deixam cada vez mais longe a África do progresso.

A situação em algumas regiões de África justifica que se avance para a neutralização daquilo a que muitos chamam  “estratégia do caos”, levada a cabo por forças que querem tirar partido da instabilidade em África . Há na verdade forças em África  que pretendem eternizar  a instabilidade para, por exemplo,  continuarem a pilhar riquezas do continente  dentro de Estados soberanos e independentes , em violação  às suas leis  e aos  direitos humanos.
 
Não se pode permitir que milhares de pessoas  estejam a sofrer por causa de interesses de grupos violentos que cometem crimes hediondos contra civis e que ignoram soluções políticas e pacíficas para a resolução dos conflitos, apostando na destruição das instituições , o que impede os Estados de executar as suas principais funções para assegurar que as comunidades vivam e trabalhem em segurança. Alcançámos com muito sacrifício  as nossas independências e é imperioso defender  com determinação o que custou a  ganhar.
 
A desestabilização de  alguns Estados do continente deve ser travada , por via da aplicação de diferentes modalidades de sanções àqueles que optam pela guerra. Se as experiências do passado em termos de aplicação de  sanções a  grupos que recorrem a violência para desestabilizar Estados  se revelaram eficazes, importa que  se continue a aplicar  medidas que vão no sentido de desencorajar acções criminosas, particularmente aquelas que põem mesmo em causa a existência de Estados.

É necessário dar resposta enérgica  e imediata à estratégia do caos, para a defesa da vida e das instituições dos Estados afectados pela guerra imposta pelos inimigos da paz e da ordem.


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