quarta-feira, 21 de maio de 2014

Privatizações em Portugal e parcerias para África e América do Sul marcam visita presidencial à China


19 maio 2014, Macauhubhttp://www.macauhub.com.mo (China)
 
A visita oficial do Presidente português à China, acompanhado de mais de 100 empresários, colocou no topo da agenda bilateral as privatizações em Portugal e parcerias luso-chinesas para África e América do Sul.
 
No ano em que se assinala o 35º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países, a visita de Aníbal Cavaco Silva coincidiu com a concretização do mais recente investimento chinês em Portugal, da Fosun International no sector segurador, que adquiriu por mais de 1000 milhões de euros o sector de seguros do grupo estatal financeiro português Caixa Geral de Depósitos.
 
Na recepção ao presidente português em Pequim, na passada quinta-feira, o presidente chinês apontou Portugal como “um bom parceiro da China na União Europeia”, mencionando igualmente a exploração de possibilidades relativas à cooperação triangular em África e na América Latina.
 
Apontou em particular a importância de mecanismos como o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, a fim de contribuir para a estabilidade e desenvolvimento sustentável dessas regiões.
 
Em nome da China, o Presidente Xi saudou Portugal por ter conseguido sair da crise associada à dívida pública e garantiu que a China continuará a apoiar Portugal através da expansão do comércio e investimento bilaterais, promovendo a cooperação em sectores como o energético, tanto clássico como renovável, financeiro e de protecção ambiental.
 
O presidente chinês salientou que as duas nações souberam “respeitar-se mutuamente”, tendo “nomeadamente solucionado a questão de Macau, que constituiu um exemplo para o mundo.”
 
No Grande Palácio do Povo, Cavaco Silva também apontou o exemplo da transferência bem-sucedida de Macau para a administração chinesa, que “revelou a sabedoria política dos dois países.”
 
Entre os vários ministros que acompanharam Cavaco Silva esteve o da Economia, cuja agenda na visita tinha como pontos fortes o plano de privatizações português, que inclui concessões das empresas de transportes em Lisboa e Porto e a venda da Empresa Geral de Fomento.
 
O ministro Pires de Lima recordou os recentes investimentos chineses em Portugal, caso da China Three Gorges na Energias de Portugal (EDP), da State Grid na Redes Energéticas Nacionais e da Fosun International, numa altura em que o país estava em crise e, por isso, “muitos duvidavam de Portugal.”
 
A comitiva empresarial portuguesa incluiu 24 empresas cuja facturação conjunta é equivalente a um quinto do produto interno bruto português – caso da EDP, mas também da Galp Energia, Banco Espírito Santo, Correios de Portugal e Grupo Amorim.
 
A EDP assinou um acordo para reforçar as relações estratégicas de cooperação com a China Three Gorges, sua principal accionista.
 
Já o Banco Espírito Santo renovou o acordo de financiamento com o Banco de Desenvolvimento da China, assegurando novas linhas de crédito para os próximos 3 anos, que irão apoiar empresas exportadoras.
 
A China é actualmente o 10º maior cliente de Portugal, devendo as exportações portuguesas ultrapassar mil milhões de euros em 2014. (macauhub/PT/CN)

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