sábado, 27 de outubro de 2012

Exploração de recursos naturais: Moçambique defende fortalecimento das instituições de formação


Moçambique defendeu ontem, em Addis Abeba, Etiópia, a necessidade do fortalecimento das instituições de ensino nacionais para poderem formar os técnicos e especialistas necessários para a correcta exploração dos seus recursos naturais.

24 de Outubro de 2012, Jornal Notícias http://www.jornalnoticias.co.mz

A ideia foi apresentada pelo vice-Ministro dos Recursos Minerais, Abdul Razak, na segunda sessão de debates do VIII Fórum para o Desenvolvimento de África sobre o tema “Recursos Minerais para o Desenvolvimento de África: uma Nova Visão”.


Na ocasião, Abdul Razak explicou que a ideia é que para além de as companhias exploradoras de recursos nos países africanos formarem os seus quadros no estrangeiro, contribuírem para fortalecer as instituições de ensino locais para que também possam formar técnicos da área.

“Se os países onde são explorados os recursos naturais também estiverem em condições de formar técnicos superiores e médios de várias áreas de exploração de recursos naturais poderá reduzir a dependência externa de mão-de-obra especializada na matéria”, explicou Razak.

Na sua explanação, aquele governante afirmou que esse papel não deve ser apenas das grandes multinacionais que operam em África, mas é preciso que os Governos se empenham mais em criar condições para uma correcta exploração de seus recursos.

Abdul Razak apontou o exemplo de Moçambique, onde estão a ocorrer descobertas de diferentes recursos naturais com destaque para os hidrocarbonetos, onde o Governo está a trabalhar com as empresas que operam na área para a necessidade de se alargar e expandir a capacidade de formação em gestão e exploração de recursos naturais.

“Estas companhias já estão a formar técnicos nacionais dentro e fora do país, mas nos estamos a incentivar a instalação de uma maior capacidade de formação interna em todos os níveis de ensino”, acrescentou Razak, apontando as companhias Vale Moçambique, Rio Tinto, ENI, Petronas entre outras como as que estão a aderir a essa iniciativa.

Abdul Razak apresentou essa posição reforçando a ideia do painel de debates que defendeu a pertinência de os países africanos estabelecerem mais capacidades e competências para poderem estar em melhores condições de negociar a exploração de seus recursos e na elaboração de leis consentâneas com as necessidades de cada país.

Sobre a participação de Moçambique no VIII Fórum para o Desenvolvimento de África, Abdul Razak, afirmou que a ocasião serve para ouvir as experiencias de outros países na exploração de recursos naturais e com base nisso aproveitar alguns conhecimentos que sirvam de exemplo para que possam aplicados no país, bem como apresentar a experiencia nacional.

No mesmo debate falou-se ainda da necessidade os países procurarem melhorar a gestão de seus recursos para que possam ter mais benefícios, com destaque para as receitas, desenvolvimento interno, envolvimento de empresas nacionais na exploração e prestação de outros serviços.

A delegação moçambicana a este fórum é composta por Abdul Razak, vice-Ministro dos Recursos Minerais, Amélia Muendane, vice-Ministra da Planificação e Desenvolvimento, alguns quadros superiores desses ministérios incluindo das finanças bem como por representantes da Sociedade Civil e dos órgãos das Nações Unidas baseados no país. (Alcides Tamele, em Addis Abeba)

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