quarta-feira, 22 de agosto de 2012

“IMPÉRIO SE NEGA A ACEITAR NOVA REALIDADE LATINO-AMERICANA”

22 agosto 2012/Vermelho http://www.vermelho.org.br (Brasil)

O secretário geral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), Ali Rodríguez Araque, afirmou nesta quarta (22), no Equador, que os países imperiais se negam a assumir as novas realidades vividas pela região latino-americana.

Em uma entrevista à Prensa Latina em Quito, Rodríguez Araque expôs que essa concepção teria levado o Reino Unido a emitir um comunicado com a ameaça de ingressar na embaixada do Equador em Londres para prender o fundador de Wikileaks, Julian Assange.

Depois de qualificar este fato como detestável e indignante para qualquer nação, assinalou que os estados imperiais têm dificuldade de modificar sua cultura, que vai para além do emprego da força, porque estão acostumados a dominar.

Ele disse que como ficam atrasados, presos a essa prática, não terminam de assumir as mudanças experimentadas no mundo e, em particular, nesta região; no entanto, disse, terão que ir assumindo as realidades.

"Os impérios estão hoje em decadência, não só o inglês, mas também o estadunidense, mas resistem a ceder em sua condição e a acatar as relações diplomáticas sobre a base do respeito mútuo entre as nações, de não intervenção nos assuntos internos de outros países e do abandono do uso da força", refletiu.

Rodriguez Araque assinalou que exemplo dessa ação é a instalação de bases militares longe de seus territórios, como o caso das Ilhas Malvinas (pelo Reino Unido), com o pretexto de proteger sua soberania, mas violando sistematicamente a soberania de outro país.

"Terão que reconhecer que o mundo está mudando, segue mudando e o melhor para todos é manter a paz, sustentar relações em igualdade de condições e tirar proveito do que representa uma solução pacífica para o mundo", asseverou.

Considerou que o apoio unânime da Unasul ao Equador é relevante, já que se trata de uma condenação imediata a uma ameaça à soberania de um país da região por um Estado que segue sendo uma potência mundial, ainda que não seja o que foi em décadas anteriores.

Em segundo lugar, reforçou, os países deste bloco integracionista responderam ao tratado constitutivo deste bloco, aos princípios da cooperação e da solidariedade, à identidade de sua cidadania e à defesa do direito internacional, como são a Carta da ONU e a Convenção de Viena.

Considerou que existe abundância de argumentos e fundamentos para o apoio unânime dado ao Equador no seio da Unasul já que, ademais, nesta área geográfica, o direito de asilo é uma tradição comum que deve ser aceita em outras regiões, para uma convivência pacífica na órbita.

O secretário executivo deste agrupamento assinalou que as partes em conflito devem encontrar uma saída. No entanto, alertou, "de Londres deverá ser retirada a ameaça para poder continuar um diálogo, pois, caso contrário, à nação sul-americana será difícil negociar com um revólver apontando à cabeça".

Ele asseverou que a Unasul fará seus esforços para que se atinja uma solução pacífica, como mandam as práticas do direito internacional e como é sua vocação fundacional, além da integração. (Fonte: Prensa Latina)

 

Nenhum comentário: