quarta-feira, 29 de agosto de 2012

DIÁLOGO DE PAZ NA COLÔMBIA - VITÓRIA DAS FARC, DERROTA DO GOVERNO

28 agosto 2012/Odiario.info http://www.odiario.info (Portugal)


A inesperada assinatura em Havana de um protocolo entre representantes das FARC e do governo colombiano para a abertura de um diálogo de paz suscitou uma onda de comentários contraditórios.

Influentes media europeus identificaram no acontecimento uma vitória do governo de Juan Manuel Santos. Tal conclusão revela desconhecimento da realidade colombiana. Na realidade as FARC alcançaram uma grande vitória política.
O início de conversações com o actual governo susceptíveis de conduzir ao fim do conflito colombiano foi formulado em Agosto de 2011 pelo comandante-chefe das FARC, Alfonso Cano. Três meses depois caiu combatendo durante uma grande ofensiva do Exercito. O presidente Santos afirmou então que a alternativa para as FARC era escolher entre «el carcere y la tumba».

O novo comandante-chefe, Timoleon Jimenez, Timochenko, reiterou porem o desejo de paz das FARC, sublinhando que não havia solução militar para um conflito que dura há meio século.

Nos últimos meses uma serie de ofensivas das FARC-EP infligiu grandes baixas ao Exercito abalado por escândalos relacionados com o envolvimento de generais no narcotráfico. O responsável pela Segurança foi inclusive extraditado para os EUA.

Uma sondagem recente revelou que 74% dos colombianos é favorável a um diálogo de paz com as FARC.

Nas Forças Armadas (mais de 400 000 homens) os generais ultra que acreditam ainda numa «solução militar» são hoje uma minoria. Nem as 7 novas bases norte-americanas, nem os heliportos na selva, nem os aviões e dispositivos electrónicos que identificam com precisão os acampamentos das FARC evitaram que estas adoptassem novas tácticas flexíveis que lhes garantiram em todas as Frentes a sobrevivência das suas colunas móveis.

A pressão das massas - o Movimento Colombianos para a Paz e o êxito da Marcha Patriótica - expressaram com clareza a condenação da guerra pelo povo e o seu desejo de paz.
Essa atitude foi decisiva para a súbita mudança de posição do Presidente Santos.

É significativo que o seu irmão, Enrique Santos, tenha sido um dos membros da delegação oficial, chefiada pelo ministro do Ambiente, que negociou em Havana o início do dialogo de paz, patrocinado pela Venezuela, pela Noruega e Cuba. Quatro destacados comandantes integraram a delegação das FARC-EP: Mauricio (el Medico), Rodrigo Granda, Marcos Calarcá e Andrés Paris.

Ontem em Bogotá, o Presidente Santos numa breve declaração afirmou que o seu objectivo é agora a conquista da paz e que o diálogo com as FARC prosseguirá em Oslo, em Outubro, regressando depois a Havana.

A notícia foi recebida com júbilo pelo povo colombiano e desagrado em Washington.
Os sectores ultra da oligarquia criticaram com dureza o presidente, sublinhando que a abertura de conversações de paz com as FARC significam que na pratica o governo de Bogotá reconhece o estatuto de beligerante a uma organização que dias antes era qualificada de «criminosa» e os seus chefes de «assassinos» que tinham a cabeça a prémio por milhões de dólares.

O ex- presidente Alvaro Uribe atacou pessoalmente Santos, acusando-o de dialogar com um «bando de terroristas».

De Washington chegam também criticas. Tudo indica que o governo de Obama tentará impedir o êxito do diálogo de paz.

É oportuno recordar que em 1998 foi criada no departamento do Caquetá uma zona desmilitarizada - equivalente a metade de Portugal - controlada pelas FARC-EP. O presidente André Pastrana encontrou - se aí com Manuel Marulanda e, após demoradas negociações, o governo tinha quase aprovado uma plataforma política que implicaria mudanças sociais e politicas revolucionárias. Mas cedeu a pressões dos EUA e em 2002 rompeu o diálogo, invadiu e ocupou a zona desmilitarizada.

O desenvolvimento da situação criada pela abertura do diálogo é imprevisível. Mas é transparente que as FARC-EP alcançaram uma grande vitória política. Por si só, o inicio de dialogo com as FARC como força beligerante configura uma derrota inocultável do governo. Enterra o mito calunioso que as apresentava como organização terrorista e narcotraficante.
Os Editores de odiario.info

 

Cepal: poder econômico está transferindo-se do Norte para o Sul

29 agosto 2012/Vermelho http://www.vermelho.org.br (Brasil) 

A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) examinará nesta quarta-feira (29) as relações Sul-Sul no terceiro dia do 34º período de sessões, em El Salvador. A relevância do tema foi ressaltada na terça-feira (28) pela diretora executiva do organismo das Nações Unidas, Alicia Bárcena, que advertiu sobre as mudanças na geografia da economia mundial.

“Está sendo conformada uma situação inédita que devemos olhar com muita atenção: o poder econômico está sendo transformado e transferido do Norte para o Sul e do Atlântico ao Pacífico”, disse, ela também agregou que a soma das atividades econômicas da Ásia-Pacífico e América Latina representam hoje 60% do crescimento econômico mundial.
Com esta tendência prevê-se que para 2020 as exportações Sul-Sul vão ultrapassar as exportações norte-norte, assegurou. Bárcena destacou que algo parecido está ocorrendo com os fluxos do investimento estrangeiro direto, do qual 50% são dirigidos para economias em desenvolvimento.

“O Sul já não é o mesmo e a América Latina e o Caribe também mudaram”, afirmou a diretora da Cepal que indicou que esta nova conjuntura que está se formando significa assumir novos desafios para a região.

"É preciso avançar com posturas regionais unificadas, articulando com outras zonas de desenvolvimento que nos permitam abordar desafios de outra envergadura como são a segurança climática, alimentar e cidadã", acrescentou.

A reunião, cujos trabalhos começaram na última segunda-feira (28), foi inaugurada ontem pelo presidente Mauricio Funes e conta com a participação de delegados dos 44 países membros, sócios e de outras organizações.

Em San Salvador, a Cepal apresentou o livro "Mudo estrutural para a igualdade: Uma visão integrada do desenvolvimento". Neste, explicou Bárcena, a Cepal propõe um caminho concreto para o crescimento de longo prazo com igualdade e sustentabilidade ambiental na América Latina e no Caribe.

Detalhou que é o acompanhamento do documento entregue na reunião anterior, em Brasília em 2010, cuja aposta é "A hora da igualdade. Brechas para fechar e caminhos para abrir".

Afirmou que no tema é necessário passar à ação. Hoje trazemos à região, aqui em El Salvador, uma proposta e uma aposta. A proposta é a igualdade, esse é nosso objetivo central, disse, ao recordar que a região é a mais desigual do
mundo. (Fonte: Prensa Latina)

Venezuela: Iran's Proposal Helpful for Resolving Syrian Crisis

11 Shawwal 1433 / 08 Shahrivar 1391/29 August 2012/Fars News Agency http://english.farsnews.com (Iran)

TEHRAN (FNA)- Venezuelan Foreign Minister Nicolas Maduro voiced support for Iran's proposal to set up a committee to be comprised of Iran, Venezuela and Egypt to soothe the vexed Syrian crisis, and underscored Iran's significant role in international equations.
First of all, big powers should understand that they have to stop meddling in the internal affairs of countries and let peace, tranquility and independence prevail the world, Maduro told reporters upon arrival in Tehran to attend a meeting of the Non-Aligned Movement (NAM).

Maduro, who is also a special envoy of the Venezuelan president to the NAM Summit, approved of the proposal for setting up a contact group on Syria, and said it will allow the regional countries to stop the interventions of alien countries.

He said the proposal will also help Syria attain real peace.

He further asserted that the meeting had a historic significance since a hard working and peace loving nation is hosting it.

He said the summit is very important for the world nations because it is related to such issues as peace and independence of nations.

The envoy also said the 120 member states of the Non-Aligned Movement are all working towards developing independence.

Saying that he is carrying the warm greetings of both his nation and government to Iranians, he said the Iranian nation has been working hard to safeguard its Islamic Revolution.

He hoped the ongoing NAM meeting in Tehran would be fruitful.

Deputy foreign ministers and experts from the NAM member states started a meeting here in the Iranian capital on Sunday.

The meeting held at the International Conference Hall of the Islamic Republic of Iran's Broadcasting (IRIB) lasted for two days (August 26-27).

The meeting drew up the agenda for the 16th heads-of-state summit meeting of the bloc to be held in the Iranian capital on Thursday.

The experts meeting is followed by the NAM's foreign ministers meeting on August 28-29. The heads-of-state summit of the bloc has been arranged for the two following days.

Iran assumed the rotating presidency of the movement from Egypt for three years during the Sunday meeting.

Paraguay/COMUNICADO A LA OPINIÓN PUBLICA DE LAS ORGANIZACIONES DE PARAGUAYOS Y PARAGUAYAS EN EL EXTERIOR

17 agosto 2012/Foro Social Paraguay Resiste http://forosocialparaguayresiste.wordpress.com (Paraguay)

Las asociaciones abajo firmantes, que nucleamos en nuestro seno a paraguayos residentes en el exterior en diferentes países, nos dirigimos a la Opinión Pública para expresar cuanto sigue:
A poco más de un mes del golpe de estado parlamentario realizado a través de un juicio político express, -farsa construida- para destituir al presidente democráticamente electo Fernando Lugo, expresamos una vez más nuestro repudio a este gobierno golpista. Por este medio comunicamos a las organizaciones internacionales el quiebre de la democracia en el Paraguay, el renacer de las prácticas de la dictadura, la desinformación a la ciudadanía a través de los Medios masivos de Comunicación en el Paraguay, la cual es aliada del gobierno golpista.

Denunciamos las medidas que se vienen llevando adelante por el Gobierno Usurpador, en cuanto a la censura en los medios públicos, el despido de trabajadores y trabajadoras del estado por cuestiones ideológicas, la negociación y entrega de patrimonio nacional a empresas Multinacionales por medio de negociaciones que se vienen llevando adelante, como la de Río Tinto Alcán o el permiso otorgado a la Empresa Monsanto para la plantación de Algodón Transgénico.
A dos meses, las autoridades judiciales y políticas no han avanzado en nada para dilucidar la muerte de campesinos y policías, en lo que representa una de las más dolorosas historias de nuestro país. Los hechos acontecidos en Campo Morombi, ocupada ilegal e ilegítimamente por la familia Riquelme, representan un atentado a toda la población nacional, y merecen una respuesta rápida y adecuada a la situación, garantizando la investigación imparcial y real de los hechos, sin que ello conlleve a la criminalización del sector campesino, de compañeros y compañeras que luchan cotidianamente por un mejor mañana, y con quienes nos solidarizamos, y responsabilizamos al gobierno de facto por la persecución que puedan sufrir los mismos, y por el no esclarecimiento de los hechos.

Los ciudadanos paraguayos residentes en el exterior, expresamos nuestro pleno compromiso con la democracia y su restauración en el país, prometiendo no olvidar esta afrenta al proceso democrático en el Paraguay y aunar todo nuestro esfuerzo para que el país nunca más transite por la senda de gobiernos autoritarios.
En el mes de abril del año en curso, las organizaciones de paraguayos residentes en el exterior manifestaron su repudio e indignación por la solicitud presentada por el TSJE para una ampliación presupuestaria de 70 millones de dólares para operadores políticos y otra de 50 millones de dólares para la inscripción de los paraguayos en el exterior. Esta solicitud fue vetada por el presidente Fernando Lugo y gracias a la movilización de la ciudadanía, no fue aprobada.

El 2 de agosto pasado, fue presentada nuevamente a la Cámara de Senadores la solicitud de ampliación presupuestaria de 70 millones de dólares para operadores políticos, solicitud firmada por dos senadores, José Guastella (UNACE) y Jorge Céspedes (ANR).
Reiteramos nuestro repudio e indignación. No permitiremos que el dinero del pueblo sea despilfarrado por los partidos políticos para contratar a planilleros o para enriquecer a unos cuantos políticos que solo tienen tiempo hasta abril del 2013 para llenarse los bolsillos.

Así mismo señalamos con gran preocupación la campaña de polarización y fractura social que desde el gobierno y los partidos políticos tradicionales y de derecha, que intenta satanizar el pensamiento, las posiciones políticas independientes y socialistas, así como toda mirada crítica en momentos de gran tensión nacional.
Partiendo de esta base de análisis, convocamos a todos los paraguayos y paraguayas residentes en el exterior a unir sus voces, a denunciar los hechos que se vienen llevando acabo y además a tomar parte proactivamente de la construcción de un Paraguay incluyente para todos y todas.

Por ello volvemos a reafirmar nuestro compromiso con:
• Seguir luchando por el pleno reconocimiento y puesta en vigencia del voto de los paraguayos y paraguayas en el exterior, logrado por el Referéndum del 9 de octubre del 2011 y posterior Enmienda Constitucional.

• Buscar establecer el mejor sistema que garantice la participación electoral de los compatriotas en el extranjero, sin que esto represente costos elevados a la nación, buscando en todo momento evitar que Partidos Políticos y Políticos corruptos intenten tomar ventaja de ello, en búsqueda de réditos económicos que desangren a nuestra patria.
Convocamos:

• A la realización del “V Congreso de la Migración Paraguaya”, bajo en eslogan de “En defensa de la Democracia y Contra el Golpe de Estado” invitando a todas las asociaciones y organizaciones de Migrantes Paraguayos en el Mundo.
• A participar activamente de la preparación de dicho Congreso, de manera a garantizar una participación plural, sin manipulaciones políticas y partidarias, transparente, y principalmente con el amor y apuesta a futuro hacia nuestro querido Paraguay.

Firman:
- Coordinadora de Paraguayos de USA
-Grupo Ysyry Aty – Argentina
- Ápe Paraguay
- Collectif Paraguay-Francia
-Asociación Japayke – Brasil
-Paraguay Resiste en Madrid- España
- Comité Paraguay Suecia
- Paraguay Resiste Berlín- Alemania
-Asociación Virgen de Caacupé – Bélgica
- Comité de deportes – Bélgica
- Periódico Rohayhu Paraguay-Málaga

Brasil/CURSO DE INTRODUÇÃO AO MARXISMO

Centro Cultural Antonio Carlos Carvalho – CeCAC : http://www.cecac.org.br

CeCAC e Jornal Arma da Crítica promovem Curso de Introdução ao Marxismo
· Marx: sua obra no contexto histórico e revolucionário

· Conceitos básicos sobre a teoria marxista (2 aulas)
· A questão do Estado e as revoluções socialistas

Duração: 4 semanas (1 aula por semana)
Horários disponíveis: Segunda, de 18h30 às 21h, Quarta, de 14h às 17h, Sábado, de 10h às 13h

Contribuição: R$ 40 reais Para estudante: R$ 20,00 + cópia dos textos (opcional)
Inscrições no local ou por telefone até 10 de setembro

Aberto de segunda à sexta, entre 14h e 18h
Contato: cecac@terra.com.br

Tels: (21) 2524-6042   e (21) 8892-5202
Início das aulas: 15 de setembro

"Os filósofos se limitaram a interpretar o mundo de formas diferentes. Trata-se, porém, de transformá-lo"(Karl Marx)
Centro Cultural Antonio Carlos Carvalho – CeCAC : http://www.cecac.org.br

Rua Haddock Lobo, 408 / sala 101 (térreo) - Tijuca (próximo ao Metrô Afonso Pena) - Rio de Janeiro/RJ
Telefones: (21) 2524-6042 e (21) 8892-5202

E-mail: cecac@terra.com.br  - sítio: www.cecac.org.br

Moçambique/Guebuza em missão de paz no Ruanda*

29 de Agosto de 2012, Rádio Moçambique http://www.rm.co.mz

O encontro que o Presidente Armando Guebuza manteve em Kigali, a capital ruandesa, com o seu homólogo deste país, Paulo Kagame, trouxe um quadro mais completo dos contornos do conflito no Leste da República Democrática do Congo (RDC), o que vai permitir que a região aprofunde ainda mais o assunto.

Momentos depois do encontro entre ambos ontem, Guebuza, que preside a Comunidade de Desenvolvimento da Africa Austral (SADC), há sensivelmente duas semanas, disse que  “a longa conversa com o Presidente Kagame permitiu que tivéssemos um quadro mais completo da situação no Leste da RDC, o que vai permitir que aprofundemos ainda mais esta matéria com os demais colegas da região”.

Na conferência de imprensa que concedeu a jornalistas moçambicanos, Guebuza deixou claro que o presidente ruandês “não gostou” da posição tomada pelos chefes de Estado e de Governo da SADC, reunidos, em Maputo, entre os dias 17 e 18 do presente mês, na sua 32ª cimeira ordinária.

Foi na cimeira de Maputo que os líderes da SADC, organização regional de que a República Democrática do Congo (RDC) faz parte,  exigiram, através de uma declaração conjunta, que o governo de Kagame cessasse, imediatamente, o apoio militar aos rebeldes que operam no Leste da RDC.

“Obviamente que o Presidente Kagame não gostou da posição da SADC, por isso é que ele veio com uma explicação mais detalhada que nos ajuda compreender ainda mais o assunto ”, afirmou Guebuza.

O Presidente não revelou nenhum detalhe sobre o quadro “mais completo” avançado por Kagame, justificando que ainda se está num processo que envolve uma organização, neste caso a SADC.

“Ainda vamos consultar aos colegas da região  com base no que fomos explicados. As decisões quando são tomadas obedecem uma certa ordem e são o resultado de uma ponderação e análise”, referiu o estadista moçambicano.

Ainda na esfera das conversações com Kagamé, Guebuza disse que houve um reafirmar do governo ruandês em se engajar na luta pela paz na região.

O governo de Paulo Kagamé sempre se distanciou das acusações de que estaria por detrás das hostilidades no Leste do Congo, um país rico em recursos naturais.

O Secretario Executivo da SADC, o moçambicano Tomas Salomão, disse a jornalistas que a decisão de se pedir para que o Ruanda abandonasse o apoio a rebelião no Leste da RDC baseou-se de uma peritagem de um grupo de especialistas na área militar que concluiu haver envolvimento do Ruanda.

A sociedade civil do Ruanda também tem estado a  exigir provas do envolvimento do seu país na guerra no Leste congolês. Para além da posição da SADC, a organização das Nações Unidas (ONU) concluiu, em Maio último, um relatório no qual indica haver envolvimento do Ruanda no conflito em questão.

Guebuza, que regressa a Moçambique Quarta-feira, visitou ainda hoje o memorial do genocídio ruandês  que vitimou cerca de 800 mil pessoas.

No memorial jazem os restos mortais de pouco mais de 250 mil pessoas.

Sobre a visita ao memorial, Guebuza disse ter ficado mais uma vez convencido de que a divisão não faz bem a nenhum país.

“O tribalismo, os conflitos sociais, só desembocam em extremos tais como genocídios”, indicou o Chefe de Estado moçambicano.

Segundo Guebuza, agora que visitou o memorial teve a realidade do que aconteceu em 1994, no Ruanda, muito mais do que acompanhava em leituras sobre a matéria.

“Uma coisa é conhecer a história, lendo ou ouvindo pessoas, e outra é ver o local onde as coisas são mais reais”, afirmou Guebuza.

Nesta sua missão ao Ruanda, Guebuza faz-se acompanhar do Ministro moçambicano dos Negócios Estrangeiros, Oldemiro Baloi, entre quadros do seu gabinete. (RM/AIM)

*Título de Mercosul & CPLP

 

América Latina/DECIDIENDO NUESTRO FUTURO: ¡NO AL TRATADO DE LIBRE COMERCIO CON LA UE!

28 agosto 2012/Minga Informativa de Movimientos Sociales http://movimientos.org (----)

Pedido de Adhesión a Llamamiento

Las organizaciones de Derechos Humanos, sindicales, campesinas, indígenas, afro-descendientes, víctimas de conflicto armado, organizaciones estudiantiles, de mujeres, medioambientales y de desarrollo abajo firmantes deseamos una transformación en las relaciones actuales de la Unión Europea (UE) con América Latina. Defendemos unas relaciones comerciales basadas en la complementariedad y el desarrollo inclusivo de las regiones desde un enfoque de derechos; creemos que el Tratado de Libre Comercio negociado por la UE con Perú y Colombia, y propuesto para Ecuador y Bolivia, va en una dirección contraria, teniendo en cuenta que:

• Existen diferencias abismales entre las economías y los niveles de desarrollo de Europa y los países andinos. Estas asimetrías hacen que el actor más fuerte, en este caso la UE, pueda imponer sus condiciones en beneficio de sus intereses (particularmente corporativos), aplicando normas que limitan la capacidad de los países para definir su modelo de desarrollo y, en consecuencia, el bienestar de las mayorías tanto en Europa como en los países andinos.

• El acuerdo entre la UE y los países andinos fue negociado antes de la implosión de la crisis europea. En el momento actual, el acuerdo propone medidas - como la liberalización de los servicios financieros- que profundizan el mismo modelo que está en crisis. Con este tipo de medidas, se pone hoy en peligro, además de la economía real, la existencia de los servicios públicos como la salud y la educación.

• El acuerdo profundizaría el modelo minero extractivista y el carácter exportador de materias primas de Colombia y Perú, con graves consecuencias ambientales y sociales, así como sobre los territorios y comunidades locales, que no han sido tomadas en cuenta en el Acuerdo negociado.

• El Acuerdo de libre comercio privilegia la seguridad de los inversionistas en detrimento de los derechos y el desarrollo de los pueblos latinoamericanos. Las disposiciones actuales sobre derechos humanos son inoperantes como lo fueron las que están en vigor actualmente en el marco del SGP+. Además, los beneficios que obtendrían las empresas europeas no se revierten en un mayor bienestar y el cumplimiento de los derechos económicos y sociales para las/los ciudadanas/os.

• Estos acuerdos se negociaron a espaldas de los pueblos afectados tanto de América Latina como de Europa, en medio de conflictos sociales intensos. Y por ende no toman en cuenta sus opiniones, preocupaciones o intereses. Para ejemplificar lo anterior, algunos ejemplos de los posibles efectos agravantes de los acuerdos negociados dan cuenta de que:

- En Colombia cerca de la mitad de los pueblos indígenas están en vías de extinción debido en gran parte al desarrollo de proyectos económicos (principalmente industrias extractivas y agroindustria) en sus territorios. Según el estudio de impacto encargado por la propia Comisión Europea1, el TLC entre la UE Colombia y Perú tendrá como resultado el aumento de la presión sobre la tierra. Las organizaciones de los pueblos indígenas estuvieron reiteradamente en el Parlamento Europeo denunciando esta situación, pero vemos que sus denuncias no han sido tomadas en cuenta hasta ahora.

- El Tratado negociado amenaza gravemente la soberanía y seguridad alimentaria: se han demostrado los impactos nefastos en el sector lechero para los pequeños productores de los diferentes países2. El impulso a los proyectos de agroindustria y principalmente a la producción de palma y caña, materias primas para agrocombustibles, implica una modificación del uso de los suelos, un debilitamiento del sector campesino y el desplazamiento de comunidades indígenas y afrocolombianas.

- Colombia exporta el 94% de su carbón y la UE es el primer importador. La mayor cantidad de carbón se extrae en los departamentos de Guajira y Cesar. El 67% fue extraído por transnacionales europeas y esta cifra aumentaria si se da más privilegios a los inversionistas, tal como lo prevé el TLC. Colombia es el país con los costos de operación más bajos del continente. De este negocio, a Colombia sólo le queda la afectación ambiental, social y económica. La Contraloría General ha demostrado que las empresas transnacionales no pagan lo establecido por la ley. Ninguna norma del TLC permite responsabilizar y controlar a estas empresas. Por el contrario, las empresas multinacionales podrán demandar al Estado colombiano si éste se negara a expedir las licencias ambientales para la explotación minera, argumentando que es una restricción injustificada a la inversión.

- En Perú y Colombia, los proyectos mineros no han tenido adecuadamente en cuenta los impactos ambientales y sociales, como se refleja en los casos de Cajamarca (Perú) y Santurbán (Colombia), ubicados en zonas donde hay nacimientos de agua y han generado el rechazo de las comunidades de la región.

La situación y los impactos de este tratado de libre comercio sobre la población en general y particularmente para las comunidades campesinas, los pueblos indígenas, afrocolombianos y las mujeres, de ninguna manera se resuelven con una Hoja de Ruta limitada y sin fuerza vinculante con los acuerdos. Así mismo, la crítica situación de violaciones a los derechos humanos, violencia antisindical y amenazas contra las y los defensores de derechos humanos continúa existiendo, bajo la complicidad del Estado Colombiano y no ha sido resuelta hasta ahora.

Un informe reciente encargado por el Parlamento Europeo a académicos del Reino Unido3 concluye que “no hay ningún mecanismo específico para el seguimiento de la aplicación de la cláusula de derechos humanos, ni ningún subcomité dedicado a las cuestiones relacionadas con los derechos humanos y la democracia". Igualmente subraya que “en oposición a la posición del Parlamento Europeo, el Acuerdo contiene solo las referencias más limitadas a la responsabilidad social corporativa (como ámbitos de cooperación). Tampoco hace referencia alguna al Convenio nº 169 de la OIT sobre los derechos de los pueblos indígenas y tribales, al que se hace referencia en la evaluación del impacto sobre la sostenibilidad”". Por estas razones y otras más, nosotras-os como organizaciones de Colombia, Perú y Ecuador, sumándonos así a numerosos sectores, les solicitamos votar por la NO ratificación de este Tratado.

1 "EU-Andean Trade Sustainability Impact Assessment"; http://trade.ec.europa.eu/doclib/docs/2010/april/tradoc_146014.pdf

2 "The European Union is the Big Cheese. EU Trade Agreements with Latin America". ALOP, APRODEV, GRUPO SUR. Julio 2010

3 "UNIÓN EUROPEA: «ACUERDO COMERCIAL» CON COLOMBIA Y PERÚ". Christopher STEVENS y Jody KEAN, Instituto de Desarrollo en Países Extranjeros, Reino Unido Lorand BARTELS, Universidad de Cambridge, Reino Unido Stephen WOOLCOCK, Escuela de Economía de Londres, Reino Unido. 20 de marzo de 2012 http://www.europarl.europa.eu/meetdocs/2009_2014/documents/inta/dv/896/896710/896710es.pdf


Bogotá y Lima, el 05 de Septiembre 2012

Favor responder la adhesión a recalca@etb.net.co, a Vicente Vallies – oidhaco@oidhaco.org y a Lyda Fernanda – lydafernanda@tni.org

Moçambique/PIB cresce 7,2 por cento

29 de Agosto de 2012, Rádio Moçambique http://www.rm.co.mz

O Produto Interno Bruto (PIB) de Moçambique registou um crescimento de 7,2 por cento durante o primeiro semestre deste ano, segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), que acabam de ser tornados públicos.

De acordo com o INE, as estimativas do primeiro semestre deste ano, quando comparadas ao mesmo período de 2011, mostram que quase todos os sectores tiveram um desempenho positivo.

Numa análise trimestral, o INE refere que ao longo do segundo trimestre do ano o PIB apresentou uma variação positiva de 8 por cento, comparado ao mesmo período do ano anterior, representando uma aceleração em 1,7 pontos percentuais após uma revisão em alta
registado no I trimestre.

O desempenho da actividade económica no segundo trimestre deste ano é atribuído em primeiro lugar ao sector secundário que cresceu 10,2 por cento, com maior destaque para o ramo da indústria transformadora com 11.6 por cento. Segue-se o sector terciário que cresceu 7,7 por centro, impulsionado pelo ramo dos transportes e comunicações com 14.8 por cento.

O sector primário também teve um desempenho positivo (7,4 por cento), com destaque para o ramo da indústria de extracção mineira com 54 por cento.

Portanto, a agricultura, pecuária, silvicultura e actividades relacionadas, foram os ramos que tiveram maior participação na economia com um peso de 31 por cento do PIB gerado na economia no trimestre em análise seguido do ramo do comércio e reparação com uma
participação de 12 por cento.

Os ramos da indústria transformadora, dos transportes e comunicações tiveram um peso de 10 e 11 por cento, respectivamente. Os restantes ramos de actividade tiveram um peso conjunto de 36 por cento.

Estes resultados estão em consonância com as previsões estabelecidas pelo Governo  para este ano.

Segundo previsões do Governo, a economia moçambicana devera crescer este ano em 7,5 por cento. (RM/AIM)

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Colômbia/Governo e Farc assinam acordo para pôr fim à guerra civil

27 agosto 2012/Vermelho http://www.vermelho.org.br (Brasil) 

Em acordo inédito, o governo do presidente colombiano Juan Manuel Santos e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) assinaram, nesta segunda-feira (27), em Havana, Cuba, um acordo para encerrar o conflito armado no país, que já dura quase 50 anos.

A guerrilha deu diversas declarações de que busca uma saída para a situação da Colômbia por meio do diálogo. O conteúdo do acordo será revelado em breve pelo mandatário colombiano, segundo informações da TV multiestatal TeleSUR.

“Tudo evolui muito bem e as conversas vão de vento em popa, segundo os comunicados comuns” de ambas as partes, declarou à agência AFP Jan Egeland, representante das Nações Unidas na Colômbia.

As duas partes concordaram, no sábado (25), com a elaboração, no prazo de um ano e meio, de um novo projeto de sociedade que congregue as reivindicações das Farc, sem, no entanto, ser “radical”.

De Oslo a Havana
A realização formal das negociações está prevista para o mês de outubro na cidade de Oslo, Noruega. “De lá, os delegados do governo e da guerrilha se dirigirão novamente a Havana com a disposição de negociar até que se saia com a assinatura de um pacto de paz que ponha fim a quase 50 anos de conflito”, informou a TeleSUR.

Segundo o programa apresentado pelas autoridades colombianas, a viagem dos delegados à Noruega deverá incluir uma visita ao Storting (parlamento unicameral) onde participarão de um debate sobre a democracia participativa.

O diretor de informação da TeleSUR, Jorge Enrique Botero, ressaltou que o processo de paz começou a ser gestado em maio do ano passado, quando iniciaram-se conversas secretas em Havana, que contaram com o acompanhamento de Venezuela, Cuba e Noruega.

Ainda de acordo com a emissora, os arquitetos desse processo por parte das Farc foram o comandante guerrilheiro Mauricio, mais conhecido como El Médico, que sucedeu Jorge Briceño, conhecido como Mono Jojoy. Também participaram os rebeldes Rodrigo Granda, Marcos Calarcá e Andrés París.

Por parte do governo colombiano participaram do processo o atual conselheiro para a Segurança, Sergio Jaramillo; o ministro do Meio Ambiente, Frank Pearl e Enrique Santos Calderón, irmão do presidente, Juan Manuel Santos.

Primeiro passo para a paz
Em agosto de 2011, o então máximo chefe das Farc, Alfonso Cano, anunciou o desejo da guerrilha de empreender diálogos de paz que colocassem fim à guerra que a Colômbia vive há quase meio século.

Em vídeo publicado à época pela Agência de Notícias Nova Colômbia (Anncol) e enviado a todos os meios de comunicação, Cano lembrou Santos que em seu discurso de posse, prometeu deixar para trás “o ódio que havia caracterizado os oito anos do governo anterior”.

Em carta publicada em abril deste ano, a guerrilha ressaltou sua disposição ao diálogo com a ressalva de que “sentar-se a conversar não significa nenhum tipo de rendição e entrega. A reincorporação à vida civil implica e exige uma Colômbia diferente”. E ressaltam confiar que esta “é a vontade oficial. Assim, sem dúvida, poderemos entre todos desenterrar a paz", diz o texto.

Saída não é armada
Nesta segunda-feira (27), o Procurador Geral da Colômbia, Eduardo Montealegre, afirmou que “a saída para o conflito colombiano não está na via das armas”.

No rádio, Montealegre reiterou que “a superação desse conflito de tantas décadas é por meio de um processo de paz” e ressaltou que “a paz é um dever e um direito constitucional”. (Da Redação do Vermelho, com agências)
Leia também:
Piedad nega existência de políticos sequestados na Colômbia

Equador e Estados Unidos/“POR QUE DEFENDEMOS O WIKILEAKS E ASSANGE”

27 agosto 2012/Carta Maior http://www.cartamaior.com.br (Brasil)

Se Assange for extraditado para os Estados Unidos, as consequências repercutirão por anos, em todo o mundo. Assange não é cidadão norte americano, e nenhuma de suas ações aconteceu em solo norte americano. Se Washington puder processar um jornalista nessas circunstâncias, os governos da Rússia ou da China poderão, pela mesma lógica, exigir que repórteres estrangeiros em qualquer lugar do mundo sejam extraditados por violar as suas leis. O artigo é de Michael Moore e Oliver Stone.

 
Michael Moore e Oliver Stone

Passamos as nossas carreiras de cineastas sustentando que os meios de comunicação norte-americanos são frequentemente incapazes de informar os cidadãos sobre as piores ações do nosso governo. Portanto, ficamos profundamente gratos pelas realizações do WikiLeaks, e aplaudimos a decisão do Equador de garantir asilo diplomático a seu fundador, Julian Assange – que agora vive na embaixada equatoriana em Londres.

O Equador agiu de acordo com importantes princípios dos direitos humanos internacionais. E nada poderia demonstrar quão apropriada foi a sua ação quanto a ameaça do governo britânico, de violar um princípio sagrado das relações diplomáticas e invadir a embaixada para prender Assange.

Desde sua fundação, o WikiLeaks revelou documentos como o filme “Assassinato Colateral”, que mostra a matança aparentemente indiscriminada de civis de Bagda por um helicóptero Apache, dos Estados Unidos; além de detalhes minuciosos sobre a face verdadeira das guerras contra o Iraque e Afeganistão; a conspiração entre os Estados Unidos e a ditadura do Iemen, para esconder a nossa responsabilidade sobre os bombardeios no país; a pressão do governo Obama para que outras nações não processem, por tortura, oficiais da era-Bush; e muito mais.

Como era de prever, foi feroz a resposta daqueles que preferem que os norte-americanos não saibam dessas coisas. Líderes dos dois partidos chamaram Assange de “terrorista tecnológico”. E a senadora Dianne Feinstein, democrata da Califórnia que lidera o Comitê do Senado sobre Inteligência, exigiu que ele fosse processado pela Lei de Espionagem. A maioria dos norte-americanos, britânicos e suecos não sabe que a Suécia não acusou formalmente Assange por nenhum crime. Ao invés disso, emitiu um mandado de prisão para interrogá-lo sobre as acusações de agressão sexual em 2010.

Todas essas acusações devem ser cuidadosamente investigadas antes que Assange vá para um país que o tire do alcance do sistema judiciário sueco. Mas são os governos britânico e sueco que atrapalham a investigação, não Assange.

As autoridades suecas sempre viajaram para outros países para fazer interrogatórios quando necessário, e o fundador do WikiLeaks deixou clara a sua disposição de ser interrogado em Londres. Além disso, o governo equatoriano fez uma oferta direta à Suécia, permitindo que Assange seja interrogado dentro de sua embaixada em Londres. Estocolmo recusou as duas propostas.

Assange também se comprometeu a viajar para a Suécia imediatamente, caso o governo sueco garanta que não irá extraditá-lo para os Estados Unidos. As autoridades suecas não mostraram interesse em explorar essa proposta, e o ministro de Relações Exteriores, Carl Bildt, declarou inequivocamente a um consultor jurídico de Assange e do WikiLeaks que a Suécia não vai oferecer essa garantia. O governo britânico também teria, de acordo com tratados internacionais, o direito de prevenir a reextradição de Assange da Suécia para os Estados Unidos, mas recusou-se igualmente a garantir que usaria esse poder. As tentativas do Equador para facilitar esse acordo entre os dois governos foram rejeitadas.

Em conjunto, as ações dos governos britânico e sueco sugerem que sua agenda real é levar Assange à Suécia. Por conta de tratados e outras considerações, ele provavelmente poderia ser mais facilmente extraditado de lá para os Estados Unidos. Assange tem todas as razões para temer esses desdobramentos. O Departamento de Justiça recentemente confirmou que continua a investigar o WikiLeaks, e os documentos do governo australiano de fevereiro passado, recém-divulgados afirmam que “a investigação dos Estados Unidos sobre a possível conduta criminal de Assange está em curso há mais de um ano”. O próprio WikiLeaks publicou emails da Stratfor, uma corporação privada de inteligência, segundo os quais um júri já ouviu uma acusação sigilosa contra Assange. E a história indica que a Suécia iria ceder a qualquer pressão dos Estados Unidos para entregar Assange. Em 2001, o governo sueco entregou à CIA dois egípcios que pediam asilo. A agência norte-americana entregou-os ao regime de Mubarak, que os torturou.

Se Assange for extraditado para os Estados Unidos, as consequência repercutirão por anos, em todo o mundo. Assange não é cidadão norte americano, e nenhuma de suas ações aconteceu em solo norte americano. Se Washington puder processar um jornalista nessas circunstâncias, os governos da Rússia ou da China poderão, pela mesma lógica, exigir que repórteres estrangeiros em qualquer lugar do mundo sejam extraditados por violar as suas leis. Criar esse precedente deveria preocupar profundamente a todos, admiradores do WikiLeaks ou não.

Invocamos os povos britânico e sueco a exigir que os seus governos respondam a algumas questões básicas. Por que razão as autoridades suecas se recusam a interrogar Assange em Londres? E por que nenhum dos dois governos pode prometer que Assange não será extraditado para os Estados Unidos? Os cidadãos britânicos e suecos têm uma rara oportunidade de tomar uma posição pela liberdade de expressão, em nome de todo o mundo.

(*) Artigo publicado originalmente em português em
Outras Palavras.

Tradução: Daniela Frabasile



 

Equador/O CASO ASSANGE


Em 2010 o mundo foi surpreendido pela divulgação de uma série de documentos comprobatórios de que muitos governos e autoridades dizem uma coisa e fazem outra. A máscara caiu. Todos viram que o rei estava nu.

26 agosto 2012/Vermelho http://www.vermelho.org.br (Brasil) 

Por Frei Betto, na Adital

O  site WikiLeaks, monitorado pelo australiano Julián Assange, publicou documentos secretos que deixaram governos e autoridades envergonhados, sem argumentos para justificar tantos abusos e imoralidades.

Maquiavel já havia afirmado, no século 16, que a política tem pelo menos duas caras. A que se expõe aos olhos do público e a que transita nos bastidores do poder.

Bush e Obama admitiam torturas no Iraque, no Afeganistão e na base naval de Guantânamo, enquanto acusavam Cuba, na Comissão de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, de maltratar prisioneiros...

O WikiLeaks nada inventou. Apenas se valeu se fontes fidedignas para coletar informações confidenciais, em geral constrangedoras para governos e autoridades, e divulgá-las. Assim, o site desempenhou importante papel pedagógico. Hoje, as autoridades devem pensar duas vezes antes de dizer ou fazer o que as envergonhariam, caso caísse em domínio público.

Apesar da saia justa, o cinismo dos governos parece não ter cura. Em vez de admitirem seus erros e tramoias de bastidores, preferem bancar a raposa da fábula de Esopo, divulgada por La Fontaine. Já que as uvas não podem ser alcançadas, melhor alegar que estão verdes...

Acusam Julián Assange – não de mentir ou divulgar documentos falsos – mas de haver praticado estupro de prostitutas, na Suécia.

Ora, com todo respeito à mais antiga profissão do mundo, sabemos todos que prostitutas se entregam a quem lhes paga. E por dinheiro – ou ameaça de extradição quando são estrangeiras - algumas delas podem ser induzidas a fazer declarações inverídicas, como a esdrúxula acusação de estupro.

Estupro?
Muito estranho, considerando que relações com prostitutas muitas vezes parecem um estupro consentido. O cliente paga pelo direito de usar e abusar de um corpo desprovido de reciprocidade – sem afeto e libido. Daí a sensação de fraude que o acomete quando deixa o prostíbulo. Perdeu o sêmen, o dinheiro... e não encontrou o que procurava – amor.

De fato, governos e autoridades denunciados pelo WikiLeaks é que estupraram a ética, a decência, a soberania alheia, acordos e leis internacionais. Assange e seu site foram apenas o veículo capaz de tornar mundialmente transparentes documentos contendo informações mantidas sob rigoroso sigilo.

Punidos deveriam ser aqueles que, à sombra do poder, conspiram contra os direitos humanos e a legislação internacional. No mínimo, deveriam fazer autocrítica pública, admitir que abusaram do poder e violaram princípios áureos, como foi o caso de ministros brasileiros que se deixaram manipular pelo embaixador dos EUA, em Brasília.

Assange se encontra refugiado na embaixada do Equador, em Londres. O governo de Rafael Correa já lhe concedeu o direito de asilo no país latino-americano. Porém, o governo britânico, do alto de sua majestática prepotência, ameaça prendê-lo caso ele saia da embaixada a caminho do aeroporto, onde embarcaria para Quito.

Nem a ditadura brasileira na Operação Condor chegou a tanto em relação a centenas de perseguidos refugiados em embaixadas de países do Cone Sul. Por isso, a OEA, indignada, convocou uma reunião de seus associados para tratar do caso Assange. Este teme ser preso ao deixar a embaixada e entregue ao governo sueco que, em seguida, o poria em mãos dos EUA, que o acusam de espionagem – crime punido, pelas leis estadunidenses, inclusive com a pena de morte.

Assange não se nega a comparecer perante a Justiça sueca e responder pela acusação de estupro. Teme apenas ser vítima de uma cilada diplomática e acabar em mãos do governo mais desmoralizado pelo WikiLeaks – o que ocupa a Casa Branca.

O caso Assange já prestou inestimável serviço à moralidade global: demonstrou que, debaixo do sol, não há segredos invioláveis. Como diz o evangelho de Lucas (12, 2 e 3) "nada há encoberto que se não venha a descobrir; nem oculto, que se não venha a saber. Por isso o que dissestes nas trevas, à luz será ouvido; o que falastes ao ouvido no interior da casa, será proclamado dos telhados”.

*Frei Betto é escritor, autor de "A obra do Artista – uma visão holística do Universo” (José Olympio), entre outros livros. www.freibetto.org - Twitter:@freibetto.

América Latina y El Caribe/DECLARACIÓN FINAL ENCUENTRO INTERNACIONAL SOBRE ESPIRITUALIDAD LIBERADORA A LA LUZ DE LA TEOLOGÍA DE LA LIBERACIÓN


23 agosto 2012/ADITAL http://www.adital.com.br (Brasil)

Agência de Informação Frei Tito para América Latina

 
Caracas, 19 de Agosto de 2012.
Nosotros y nosotras, miembros de las asociaciones Fundalatin, Ecuvives, Fedefam, Romero Vive, Cecoce (CEBs), unidos a las delegaciones de Argentina, Brasil, Canadá, Colombia, Cuba, Ecuador, El Salvador, España, Paraguay y Venezuela, y en solidaridad con todos los pueblos hermanos de los países de América y el mundo, DECLARAMOS:

1º- Que ante el cambio de época que atraviesa el continente latinoamericano y caribeño, ante tantos signos de integración soñados por nuestros próceres como Simón Bolívar, San Martín, Artigas, Martí, Sandino, Hidalgo, Alfaro, sentimos la urgente necesidad de iluminar estos procesos con una espiritualidad liberadora inspirada en la Teología de la Liberación.

2º- Que la construcción de la unidad latinoamericana y caribeña, de la PATRIA GRANDE, que resultó una utopía frustrada hace dos siglos, hoy está en marcha, aquí y ahora. Si nuevos vientos han comenzado a soplar en la región, debemos sin embargo estar alertas. Este proceso regional no va sin riesgos ni agresiones como los ya padecidos por el pueblo hondureño y el recientemente por el pueblo paraguayo, que atentan contra el proceso de integración de los pueblos de América Latina y el Caribe.

3º- Que el sueño de Bolívar ilumina los procesos revolucionarios de algunos pueblos latinoamericanos y caribeños, vemos en ellos las señales del Reino de Dios, proclamado por Jesús de Nazaret, y la fuerza espiritual de nuestros pueblos originarios y afrodescendientes.

4º- Que los principios éticos cristianos, macro ecuménicos, pluralistas y de nuestros pueblos originarios dan fuerza moral a estos procesos tan asediados por la corrupción sostenida por el sistema capitalista que estimulo el consumismo desmedido y coloca al tener por encima del ser. Por otra parte, una ética de servicio, no de opresión, le da una nueva connotación al concepto del poder tanto político como religioso; porque quien no gobierna para servir, no sirve para gobernar.

5º- Nuestro rechazo a la manipulación de los medios de comunicación social, que alienan, estimulan la violencia, la mentira, tergiversan los hechos, utilizan las medias verdades. Dentro de la violencia mediática, incluimos a los medios de comunicación religiosos que, haciendo una lectura literal de la Biblia mantienen un sistema patriarcal, machista, una teología sacrificial, así como la mal llamada teología de la prosperidad, desmovilizadora de los pueblos que conduce a la resignación y al conformismo.

6º La política y la fe deben ir unidas. Siguiendo la inspiración de Monseñor Oscar Arnulfo Romero, Mártir de América y Juan Vives Suriá, defensor de los derechos humanos, creemos en la dimensión política de la fe. La espiritualidad liberadora ilumina la política, la enriquece y la cuestiona. No meterse en política es traicionar el proyecto de Jesús de Nazaret para este mundo.

7º Nuestra solidaridad con el pueblo paraguayo y condenamos el golpe parlamentario que destituyó al legítimo presidente de este país hermano, Fernando LUGO.

8º Nos solidarizamos con la iglesia de Sucumbíos, Ecuador, por la intervención vertical del Vaticano que impone una estructura eclesial ritualista, buscando romper el modelo de Iglesia-Comunidad comprometida con los procesos históricos de liberación. Denunciamos esta política de involución impulsada por los sectores más conservadores de la iglesia católica. También nos solidarizamos con Ecuador en estos momentos cuando el Imperio Británico quiere violar el derecho internacional amenazando con intervenir en la embajada ecuatoriana en Londres

ACORDAMOS:

1- CREAR UNA RED DE TODOS LOS COLECTIVOS DE AMÉRICA LATINA Y EL MUNDO QUE SE INSPIRAN EN LA ESPIRITUALIDAD LIBERADORA A LA LUZ DE LA TEOLOGÍA DE LA LIBERACIÓN PARA CONTRIBUIR A LA CONSTRUCCIÓN DE OTRO MUNDO POSIBLE Y NECESARIO DONDE SE INSTALE EL REINO DE DIOS, DE LA PAZ CON JUSTICIA SOCIAL Y SOBERANÍA.

2- ACOMPAÑAR EL PROCESO BOLIVARIANO QUE INSPIRA A OTROS PUEBLOS A IMPULSASAR SUS PROCESOS DE TRANSFORMACIÓN.

3- PROMOVER UNA ÉTICA LIBERADORA Y RECHAZAMOS UNA MORAL FARISAICA Y OPRESORA. SER COHERENTE ENTRE EL DECIR Y EL HACER.

4- FOMENTAR LOS MEDIOS DE COMUNICACIÓN ALTERNATIVOS Y COMUNITARIOS. ESTOS DEBEN CONVERTIRSE EN PROMOTORES DE UNA COMUNICACIÓN LIBERADORA Y DE UN EFICAZ TRABAJO EN RED.

5- HACER NUESTRAS LAS PALABRAS DEL PROFETA PEDRO CASALDÁLIGA CUENDO DICE: "CREO QUE SÓLO SE PUEDE SER CRISTIANO SIENDO REVOLUCIONARIO, PORQUE NO BASTA CON REFORMAS, AL MUNDO HAY QUE TRANSFORMARLO.

CONCLUIMOS:

Nos unimos a todos los grupos autóctonos, movimientos populares, a las comunidades cristianas de otras tradiciones espirituales y a nuestras hermanos y hermanas de América que construyen desde la practica la Teología de la Liberación, que profundicen en los elementos éticos, culturales y espirituales del nuevo bolivarianismo para consolidar una teología pluralista e intercultural bolivariana de la Liberación. Que todos escuchemos lo que desde nuestras comunidades latinoamericanas "el Espíritu dice a las Iglesias” (Ap. 2,5).