terça-feira, 29 de novembro de 2011

Sector industrial é o principal destinatário do investimento chinês em Moçambique

Maputo, Moçambique, 28 novembro 2011 – A presença chinesa na economia de Moçambique tem vindo a aumentar e o sector industrial moçambicano tem sido o maior destinatário dos investimentos, de acordo com uma análise do Instituto de Estudos Sociais e Económicos (IESE) de Moçambique.

Na mais recente edição do boletim “Ideias”, publicado pelo IESE em Maputo, o analista Sérgio Chichava afirma que o sector industrial recebeu em 2010 a maior fatia do investimento chinês em número de projectos propostos ao Centro de Promoção de Investimento (CPI), de capital a investir (71% do total) e de postos de trabalho a criar.

O sul de Moçambique, particularmente a cidade e província de Maputo, tem também liderado nas preferências dos empresários chineses, recebendo mais de 85% do total de capital investido.

Os dados do CPI dos últimos anos “mostram que a presença económica chinesa em Moçambique tem estado a crescer de ano para ano, colocando esta economia emergente entre os dez maiores investidores em Moçambique desde 2007 até ao presente”, afirma o analista moçambicano.

Ainda assim, o investimento directo chinês ficou em 2010 bastante aquém do dos principais investidores tradicionais em Moçambique – Portugal e África do Sul.

Em 2010, o CPI aprovou 13 projectos de investimento de empresas chinesas, avaliados em 38,6 milhões de dólares, um aumento de quase 30% em relação ao ano anterior.

Este valor é cerca de metade dos “picos” de entrada de capital chinês no país, em 2008 e 2007 – 76,8 milhões de dólares e 60 milhões de dólares, respectivamente.

Além da indústria (71% do total), os investimentos chineses centraram-se na construção civil (21%), serviços (6%), agricultura e agro-indústria (2%).

A maioria do capital investido e dos postos de trabalho criados é resultado de três projectos industriais, o maior deles o da Henan Haode Mozambique Industrial Park, visando estabelecer uma indústria têxtil e de vestuário no distrito de Marracuene (26,5 milhões de dólares).

Seguem-se os da China Chemical Engineering Second Construction Mozambique (CCESCC Mozambique) em Matutuíne, sul de Moçambique, na área de construção civil e obras públicas (avaliado em 7 milhões de dólares) e da Gigante África – Soc. Unipessoal, Lda., para produção e comercialização de mobiliário (4,5 milhões de dólares).

Depois de Maputo, as províncias que mais investimentos chineses receberam no ano passado foram Nampula (1,87 milhões de dólares) e Inhambane (2 milhões de dólares).

“A serem todos uma realidade, prevê-se que os projectos de investimento chinês aprovados em 2010 criem 2391 empregos, o que corresponde a 3,5% dos 67 500 postos de trabalho que o governo de Moçambique previa que fossem criados pelo sector privado este ano”, escreve Chichava.

Maputo será também a província mais beneficiada pela criação de postos de trabalho (cerca de 77%), seguida por Nampula, Niassa e Inhambane.

Nos mais recentes dados oficiais das alfândegas da China, de Janeiro a Setembro, Moçambique surge como quarto parceiro comercial da China de entre os oito países de língua portuguesa.

Comprou à China bens no valor de 529 milhões de dólares (mais 38,02%) e recebeu 153 milhões de dólares (mais 22,39%) pela mercadoria vendida.

No total, o comércio entre a China e os oito países de língua oficial portuguesa cresceu 26,69% nos três primeiros trimestres do ano para 86427 milhões de dólares. (macauhub)

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