segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Moçambique deverá ser a prazo um exportador “substancial” de gás natural

Londres, Reino Unido, 8 agosto 2011 – Moçambique deverá ser a prazo um exportador “substancial” de gás natural, com a projectada construção de um terminal de LNG na província de Cabo Delgado (norte), de acordo com a Economist Intelligence Unit.

As descobertas de gás efectuadas ao longo do último ano na região pela norte-americana Anadarko Petroleum, salienta a EIU no seu mais recente relatório sobre Moçambique, deverão ter confirmado a viabilidade do desenvolvimento de um terminal de gás natural liquefeito (LNG).

Estimativas não confirmadas citadas pela Economist apontam para reservas mínimas de 10 biliões de pés cúbicos (mais de 283 mil milhões de metros cúbicos) de gás natural, “muitas vezes mais do que o único campo de gás actualmente em produção em Moçambique”, em Pande/Temane (na província de Inhambane, sul do país).

“A produção (de Pande/Temane) é exportada para a África do Sul através de um gasoduto. (Mas) os depósitos de gás natural em Cabo Delgado estão demasiado longe daquele gasoduto e de consumidores finais industriais na região”, refere o relatório.

Esta situação”, adianta, “sugere que uma unidade de LNG para aceder ao mercado internacional de exportação é a única opção realista para desenvolver” os novos campos descobertos.

Com este projecto, Moçambique “pode tornar-se um exportador substancial” de gás natural, adianta o relatório.

A EIU prevê que as exportações moçambicanas registem um impulso nos próximos dois anos, sustentadas pelo alumínio, carvão, gás e produtos agrícolas, permitindo uma contracção do défice comercial em 2012.

Em Maio, a brasileira Vale iniciou a extracção de carvão na sua mina em Moatize, província de Tete, e as exportações deverão começar este mês de Julho, atingindo 1 milhão de toneladas este ano.

Para o próximo ano, o objectivo de exportações é de 6 milhões de toneladas, quase duplicando para 11 milhões até 2014.

Já em operação está o depósito de areias pesadas de Moma, da irlandesa Kenmare Resources, e no final deste ano deverá iniciar-se a produção de uma outra exploração carbonífera, de Benga, da australiana Riverdale Mining.

Em grande parte devido ao crescente investimento em projectos de exploração de recursos minerais e de infra-estruturas, a EIU prevê um crescimento médio de 7,4% ao ano para a economia moçambicana, em 2011 e 2012, com a inflação a recuar para 5% no próximo ano.

Para acomodar a expansão das exportações de carvão, o porto de Maputo anunciou recentemente um programa de expansão, estando a operadora do terminal carbonífero de Matola, a sul-africana Grindrod, a concluir um estudo de viabilidade para mais do que duplicar a capacidade até 2014, para 20 milhões de toneladas anuais.

O “forte crescimento”, refere a EIU, é partilhado pelo resto do porto, que inclui um terminal de contentores e outros de açúcar e citrinos.

Este ano, as exportações através daquele porto deverão atingir 12,6 milhões de toneladas, mais do dobro das 5 milhões de toneladas registadas em 2003.

As operações beneficiaram de melhores operações ferroviárias no porto, com o tempo de “turnaround” dos comboios da África do Sul para Maputo a reduzir-se de uma média de 200 horas para apenas 90 horas.

A Maputo Port Development Company estima que, com um investimento de 750 milhões de dólares ao longo dos próximos 20 anos, a capacidade do porto poderá ser quadruplicada para 50 milhões de toneladas. (macauhub)

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