quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Cuba/Jogo norte-americano cuja missão é matar Fidel gera críticas

16 novembro 2010/Vermelho http://www.vermelho.org.br

O jogo de videogame "Call of Duty: Blacks Ops", produzido nos Estados Unidos, tem sido alvo de críticas, porque permite que os jogadores assassinem o ex-presidente e líder da revolução cubana, Fidel Castro. O site oficial da ilha, Cuba Debate, classificou o lançamento como "mais uma operação (norte-americana) contra Cuba".

"O que o governo dos Estados Unidos não alcançou em mais de 50 anos, agora se pretende alcançar virtualmente", afirma o texto. Segundo o Cuba Debate, "Call of Duty: Black Ops", jogo em primeira pessoa lançado na terça-feira passada em todo o mundo pela norte-americana Activision, requer que o usuário utilize virtualmente armas e veículos de guerra para realizar operações militares em "territórios inimigos", como a ilha de Cuba.

O jogo transporta o jogador ao ambiente da Guerra Fria e planeja operações especiais. A primeira delas é o assassinato de Fidel, numa ação situada antes da crise dos mísseis de 1962, quando John F. Kennedy era o chefe da Casa Branca.

O site cubano afirma que “o novo game é duplamente perverso. Por um lado, glorifica as tentativas de assassinato que o governo dos EUA planejou contra o líder cubano - Fidel sobreviveu a mais de 600. E por outro, estimula atitudes sociopatas por parte das crianças e adolescentes norte-americanos, principais consumidores desses jogos virtuais.”

O artigo do Cuba Debate recorda ainda que não é a primeira vez que jogos norte-americanos causam polêmica e lembra que o jogo "GTA San Andreas" foi denunciado em tribunais do Alamab, por, supostamente, ter influenciado um adolescente que matou três homens, dois deles policiais.

"Psicólogos e psiquiatras opinam que, enquanto em um filme de violência a atitude do telespectador é passiva, no jogo você pode ser convidado a entrar na pele de um assassino", diz o texto.

"Os fins justificam os meios para uma sociedade como a dos Estados Unidos. Como diria Eduardo Galeano, 'violência gera violência, como se sabe; mas também gera lucros para a indústria da violência, que a vende como espetáculo e a converte em objeto de consumo'", encerra o artigo, com a crítica mordaz.

Os comentários vieram tambék de blogueiros em cuba. "É de fazer rir, depois de tudo (...) O que não cabe na cabeça de pessoas sãs é como a sociedade norte-americana admite a proliferação destes jogos", escreveu um jornalista no blog "Blogueros y Corresponsales de la Revolución" (http://bloguerosrevolucion.ning.com).

Lembrou que a segurança cubana contabiliza 638 conspirações para matar Castro, muitas das quais falharam pela "falta de valor e moral dos que foram pagos" para executá-las. A eliminação de Fidel Castro, hoje com 84 anos e fora do poder desde julho de 2006 após uma crise de saúde, foi incluída em um plano de ações encobertas da CIA, aprovado em março de 1960 pelo então presidente Dwigth D. Eisenhower.

"Se lançam um (jogo) para assassinar um presidente seu (norte-americano) é 'terrorismo'", ironizou um leitor na internet, em um dos 145 comentários sobre o texto do Cubadebate.

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