terça-feira, 29 de junho de 2010

Moçambique/Lançada campanha de combate à Sida "Militar corajoso faz o teste"

Chimoio, 28 junho 2010 - As Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e a organização norte-americana Population Services International (PSI) lançaram hoje(segunda-feira), no país, a campanha de ATS Militar para "travar" o inimigo interno dos militares: o HIV.

A campanha "militar corajoso faz o teste", que vai providenciar testes de HIV/SIDA entre militares aquartelados e não aquartelados, incluindo a população circunvizinha dos quartéis, pretende mitigar os efeitos da doença e reduzir os índices de contaminação nos militares.

Segundo fonte militar, negar fazer o teste, por receio de discriminação, pode ser um dos maiores desafios a ser encarados durante a campanha.

"Encorajamos os nossos militares e seus familiares a saberem o seu estado de saúde, para termos uma força de defesa saudável", disse António Alves, chefe do Estado Maior do batalhão de Manica, na abertura da campanha.

Além de baixar a seroprevalência entre os militares, a campanha pretende ainda reduzir o comportamento de risco, que expõe os militares à contaminação pelo vírus da SIDA. Entre os comportamentos de risco, se inclui a prática de sexo sem o uso do preservativo e a troca de favores por sexo.

Manica, com 18 porcento de seroprevalência, é uma das províncias mais afectados pela epidemia na região centro do país, devido à sua localização geográfica: no corredor que liga Zimbabwe, Malawi e Botswana -- países cujas taxas de seroprevalência listam nas mais altas do mundo. A média nacional é de 16 porcento.

"Esperamos testar 600 militares durante os três meses da duração da campanha (Julho a Setembro). Igualmente esperamos a adesão dos militares, considerando que os testes são voluntários", disse à Agência Lusa Micheque Jemusse, assistente da PSI, em Manica.

Um estudo realizado pelo sector da saúde militar, em 2009, revelou existir um índice muito alto de seropositividade entre os militares.

Segundo um trabalho do Instituto para os Estudos de Segurança, baseado em Pretória, África do Sul, nos países com epidemias mais antigas as forças armadas apresentam taxas de seroprevalência de 50 a 60 porcento.

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