terça-feira, 25 de maio de 2010

Galiza/Independentistas da Escócia, Porto Rico, Córsega, Països Cataláns e Galiza, em Compostela

Diário Liberdade http://www.diarioliberdade.org

DL - Mais um ano, e vam catorze, a organizaçom comunista galega Primeira Linha organiza umha jornada de debate internacional, desta vez sobre a problemática nacional no centro capitalista.

Será no próximo sábado, dia 29 de Maio, no Centro Social O Pichel, na capital da Galiza. Reproduzimos a seguir o comunicado remetido por Primeira Linha, com o programa e as biografias das e dos participantes nas Jornadas:


Escócia, Córsega, Países Cataláns e Porto Rico: quatro realidades similares à Galiza na luita pola soberania e a defesa dos seus sinais de identidade nacional

Compostela, 24 de Maio de 2010 - A formaçom política Primeira Linha organiza as XIV Jornadas Indenpendentistas Galegas, nesta ocasiom centradas nas consequências que a crise económica está a provocar nas naçons sem Estado, -caso de Galiza-, e os limites que esta situaçom impom à capacidade para adoptar medidas na defesa dos seus interesses nacionais e, em particular, da classe trabalhadora.

As Jornadas, -que levam por título "Quatro realidades similares à da Galiza. As luitas de libertaçom nacional no centro capitalista"-, contarám com a participaçom de destacad@s líderes políticos da esquerda nacional da Escócia, Córsega, Países Cataláns e Porto Rico, países que compartilham com a Galiza umha realidade similar: ser naçons sem Estado e contar com a a existência de movimentos de reivindicaçom nacional que se plasmam na demanda de soberania e na defesa do idioma próprio como um dos seus sinais de identidade.

Estas jornadas, abertas ao público, terám lugar Sábado 29 de Maio no Centro Social Gentalha do Pichel, (Rua Santa Clara 21, Compostela).
Mais informaçom: Carlos Morais, Secretario geral de Primeira Linha
(carlosmoraisgz@hotmail.com)
Telf. Contacto: 616 868 589

Programa

11:00. Galiza e Países Cataláns frente ao assimilacionismo espanhol

Alberte Moço, Porta-voz nacional de NÓS-UP (Galiza)

Aquiles Rubio i Villalvilla, Endavant-OSAN (Países Cataláns)

16.30. Escócia, Córsega e Porto Rico, três luitas anti-imperialistas

Johanna Dind, Scotish Socialist Party (Escócia)

Paulu Antone Susini, Corsica Libera (Córsega)

Salvador Tió, independentista portorriquenho (Porto Rico)

19:00. Cinco realidades, um mesmo combate

Johanna Dind

Alberte Moço

Aquilles Rubio i Villalvilla

Paulu Antone Susini

Salvador Tió


Biografias dos participantes

Salvador Tió
Porto Rico, 1946. Licenciado em Filosofia pola Universidade de Porto Rico e em Direito pola Universidade de Harvard. Como advogado, dedicou-se principalmente à defesa de grupos marginalizados como os Sem Terra e Sem Teito, os trabalhadores imigrantes agrícolas e os perseguidos políticos. Militou no Partido Independentista entre 1964-1973 para, posteriormente, colaborar com o Partido Socialista Portorriquenho.
Em 1979 é detido na Ilha de Vieques por interferir nas práticas de tiro da Marinha de Guerra norte-americana. Em Nova Iorque dirigiu o Gabinete Regional de Serviços Legais e a Uniom de Liberdades Civis desse Estado. Foi professor de Direito na Universidade de Porto Rico. Actualmente fai parte da Presidência Colectiva do Movimento Continental Bolivariano (MCB) representando Porto Rico, e exerce como Assessor geral de grupos ambientalistas e como advogado defensor de militantes do movimento socialista, comunista e independentista portorriquenho.

Johanna Dind
Suíça, 1970. Tras residir na Finlándia e no Canadá, desde 2006 vive em Edimburgo, Escócia. Fala francês, finês, inglês, espanhol, alemám e italiano. Exerceu de professora de francês na British Columbia (Canadá), e para o Governo da República Suíça em Genebra no gabinete de protocolo e relaçons exteriores. Na actualidade trabalha como chefa de apoio de projecto para umha empresa de serviços.

Participou no sindicato de professores no Canadá. É activista dos direitos humanos e dos Povos Indígenas, tendo trabalhado para o Foro Permanente para as Questons Indígenas da ONU e para o Centro de Documentaçom, Investigaçom e Informaçom dos Povos Indígenas, em Genebra.

Membro do Comité Executivo do Partido Socialista da Escócia (Scottish Socialist Party – SSP) desde 2007. É secretaria regional para a regiom de Lothians, em Edimburgo.

Paulu Antone Susini
Ajacciu (Córsega), 1972. Mora em Carbuccia, no sul do país, onde é eleito municipal.
De 1990 a 2003 foi responsável da organizaçom estudantil independentista Ghjuventu Paulina. Membro fundador da força independentista Rinnovu. Em 2009 participa na fundaçom de Corsica Libera, e forma parte da Executiva Nacional desta entidade, que reagrupa ao conjunto das correntes independentistas e soberanistas da Córsega.

Alberte Moço
Vigo, 1982. Desenhador gráfico. Militante da esquerda independentista e activista dos movimentos sociais, onde destaca a súa trajectória organizativa no associacionismo popular -Associaçom Viguesa pola Memória do 36, Associaçom Galega de Amizade com a Revoluçom Bolivariana, CIG-Mocidade, Associaçom Cultural Obreira Maçarico-. Fai parte do Comité Central de Primeira Linha e é Porta-voz nacional de NÓS-UP desde 2009.
Colaborador habitual do Abrente, escreve artigos de opiniom em diversas publicaçons periódicas digitais.

Aquiles Rubio i Villalvilla
Madrid, 1974. Criado em Eivissa reside em Alacant desde 1992. Militante de Endavant (OSAN) desde a sua fundaçom, forma parte do Comité Local de Alacant, além de ser o responsável de formaçom desta organizaçom revolucionária marxista no País Valencià e exerce de director da Tanyada, a revista de debate e formaçom. Membro da Coordenadora Obreira Sindical, é delegado sindical em Aire Libre, cooperativa de ensino na qual trabalha como professor de história desde 1998. Petence à Brigada Catalá Venceremos de Solidariedade com Cuba da esquerda independentista.
Colabora habitualmente no Accent, jornal popular dos Países Cataláns.


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REPÚBLICA SOVIÉTICA DA GALIZA

21 maio 2010/Diário Liberdade http://www.diarioliberdade.org
Galizalivre/Novas da Galiza - Conta nas suas memórias Luís Souto, o secretário comunista de Castelão, como o médico ourensano Fernandes Carneiro com outros camaradas, "proclamou a República Soviética Galega Independente na cidade de Ourense.
O choio foi deste jeito: O doutor, com quatro ou cinco companheiros mais, obreiros da construção, subiu ao Governo Civil na rua do Progresso, prenderam o Governador, pecharam-no num quatro, retiraram a bandeira republicana do balcão do Governo Civil e içaram uma com uma fouce e um martelo vermelho, que dizia em letras douradas República Soviética Independente de Galiza" [1]. Souto diz que foi em 1932 –ano da mais dura greve revolucionária dos operários do caminho-de-ferro–, mas quiçá se confunda com o 25 de junho de 1931, quando se produziram idênticos acontecimentos, dous dias antes de quem em Compostela se conforme a Junta Revolucionária Galega com Antão Alonso Rios –na altura praticamente "presidente da Galiza" em funções, por palavras de Castelão, pois fora elegido presidente da Assembleia polo Estatuto do Estado Galego de 4 de junho celebrada na Corunha– à cabeça. Pouco durou esta República Galega, pois o governo espanhol aceitou manter as obras do caminho-de-ferro um ano mais, provocando a desmobilização. Colectivos de Ordes, Cerzeda e a Laracha estão a programar uma jornada na que se celebre o 79º Aniversário da República Galega, tirando do olvido este fito histórico.

Haverá quem recorde um engraçado mural do coletivo reintegracionista Meendinho, que dizia "Galícia, região europeia. Galiza, nação atlântica", jogando com o parecido topónimo da região polaca. O caso é que Galícia [2] sim foi uma república socialista soviética lá entre o 8 de maio de 1920 e o 21 de setembro de 1920, durante a Guerra Polaco-Soviética. Fora estabelecida polo Comité Revolucionário de Galícia (Galrevkom) e um governo provisório dirigido por Vladimir Zatonsky, com capital em Tarnopol (pois não controlava a cidade mais importante, Lviv). Uma das medidas mais interessantes que se tomaram na República Soviética de Galícia foi a de outorgar-lhe igual estatuto às três línguas faladas na região: o polaco, ucraniano e yiddish. Também assume competência em moeda, educação, e recruta o Exército de Galícia. A Paz de Riga em 1921, confirmou a inclusão de Galícia em Polónia.Vladimir Zatonsky por pouco não fora executado como contrarrevolucionário em 1918 quando o exército vermelho toma Kiev. Não se livrou no 3 de novembro de 1937, quando é detido e condenado a morte, sendo executado no 29 de julho de 1938. Ao ex-presidente de Galícia de pouco lhe valeu a sua condecoração da Ordem da Bandeira Vermelha e ter sido membro do Comité Executivo Central de Todas as Rússias em 1934.

Da Galícia do Leste sairam nomes como Billy Wilder ou Wilhelm Reich; e outros menos afortunados como João Paulo II. Na Galiza do Oeste, de tornar-se numa República Soviética, a capital teria que ser Ourense. Esta "província" era durante a II República a terceira com mais militantes comunistas do Estado –para paradoxo dos sacerdotes da mitologia industrial–, e uma das zonas mais combativas da Galiza, como o demonstraram nas luitas agrárias ou na citada greve do caminho-de-ferro. É de justiça recordar a Benigno Álvares, o veterinário de Maceda; Santiago Álvares Gomes, fundador do Partido Comunista da Galiza e comisário político das Milícias Populares Galegas, ou Concha Limia Cid, incansável militante comunista, voz galega de Rádio Pirenaica emitindo desde Bucarest... Mas também as Mocidades Nacionalistas de Cela Nova, as mais revolucionárias, arredistas e numerosas de todo o país, com Celso Emílio e Pepe Velo à cabeça.

Notas
[1] Luís Souto, Castelao, a U.P.G. e outras memorias, Xerais, Vigo, 1983, p. 141-142.
[2] Em russo "Galiciya", em polaco "Galicja", em eslovaco "Halic" e em alemão "Galizien".


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