terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Angola/Retrospectiva 2009: CRIAÇÃO DE NOVAS REGIÕES ACADÉMICAS PROPICIA AUMENTO DA OFERTA

Por: Vivalda Teófilo

Luanda, 20 janeiro 2010 (Angola Press) - A criação de seis novas regiões académicas, visando a expansão e reorganização da rede de ensino superior no país, sua adequação às necessidades de crescimento de Angola e a melhoria da qualidade, constituiu o principal destaque no ano findo deste sector sob tutela da Secretaria de Estado para o Ensino Superior.

A criação destas novas unidades resulta da aprovação, em Fevereiro de 2009, pelo Conselho de Ministros do decreto que estabelece a reorganização da rede de instituições do ensino superior público e o redimensionamento da Universidade Agostinho Neto.

Esta nova metodologia de gestão do ensino superior público tem como finalidade a expansão ordenada e adequação aos objectivos estratégicos de desenvolvimento económico, social, tecnológico e comunitário da sua área de inserção, em conformidade com os programas do Governo.

Promover um maior equilíbrio no aparecimento de instituições de nível superior e diferentes cursos em todo o país, é outro objectivo preconizado pelo projecto governamental, cuja meta é a implantação, de forma faseada, de um estabelecimento público de ensino superior em cada uma das 18 províncias até 2012.

O aumento da oferta vai favorecer a permanência de quadros nas regiões de origem e alcançar um maior equilíbrio na distribuição de pessoal qualificado.

Para o efeito, e como forma de reduzir gradualmente as assimetrias entre as 18 províncias, foram constituídas sete regiões académicas, a saber, Universidade Agostinho Neto (Luanda e Bengo), 11 de Novembro (Cabinda e Zaire), José Eduardo
dos Santos (Huambo, Bié e Moxico), Mandume ( Huíla, Namibe, Kuando Kubango e Cunene), Kimpa Vita (Uíge e Kwanza Norte), Lwegi Ankonda (Lunda Norte, Lunda Sul e Malanje) e Universidade Katiavala Buila (Benguela e Kwanza Sul).

Fruto do redimensionamento da UAN que foi durante mais 30 anos a única unidade pública, as suas acções ficam restringidas à zona de Luanda que passa a contar também com uma Escola Superior de Hotelaria e Turismo, Faculdade de Letras, Faculdade de Ciências Sociais, Instituto de Ciências de Saúde, enquanto o Bengo terá um Instituto Superior Politécnico.

A zona académica dois é representada pela Katiavala Buila, sedeada em Benguela, constituídas pelas unidades orgânicas de Benguela, com cinco instituições, e Kwanza Sul, com uma. Esta tutela as faculdades de Direito, Medicina e Economia, bem como o Instituto Superior de Ciências de Educação, este último nas cidades de Benguela e Sumbe.

Enquanto a três, 11 de Novembro, cuja sede é Cabinda, conta com cinco instituições (Cabinda) e Zaire com uma. Nesta região prevê-se a implantação de quatro zonas de ensino e investigação, sendo a sede virada para as ciências da saúde, politécnico, um centro de ensino e investigação no ramo da engenharia agro-florestal.

Enquanto o Soyo deverá contar com cursos de engenharia industrial e em Mbanza Congo as ciências humanas.

Sedeada na Lunda Norte, a Lueji Ankonda (4ª região) estende-se pelas províncias da Lunda Sul e Malanje e tem as seguintes unidades orgânicas: Lunda Norte - Faculdade de Direito, Faculdade de Economia, Escola Superior Politécnica, Escola Superior Pedagógica, Lunda Sul - Escola Superior Politécnica, Malanje - Faculdades de Agronomia, de Medicina, e de Medicina Veterinária.

As regiões académicas cinco, seis e sete estão sedeadas nas províncias do Huambo, Huíla e Uíge, com um total de 20 unidades orgânicas, abrangendo as províncias do Bié, Moxico, Namibe, Kuando Kubango e Kwanza Norte.

Outra conquista alcançada pelo sector com descentralização é a autonomia das diversas instituições que será exercida nos domínios científico, pedagógico, cultural, disciplinar e administrativo e financeiro.

A liberdade académica, gestão democrática, qualidade de serviços, o papel do reitor como equilíbrio da rede de instituições de Ensino Superior constituem os cinco principais pontos deste subsistema.

Para atender as expectativas da comunidade académica angolana que vem crescendo nos últimos anos, os reitores empossados se comprometeram a trabalhar para dignificar as instituições que dirigem através da melhoria da qualidade do corpo docente e discente, promoção da investigação científica.

Comprometeram-se igualmente a trabalhar para uma gestão transparente e responsável das verbas atribuídas, bem como da abertura de novas áreas de formação para melhor servir a sociedade, tendo em conta o tecido socioeconómico e industrial de cada região.

O ano 2009 foi igualmente marcado pela entrada em funcionamento de novas instituições de ensino, entre as quais os Institutos Superior Politécnico do Bengo, Cunene e Kuando Kubango, o ISCED no Buco Zau ( Cabinda) e a Faculdade Medicina (Malanje).

Para a concretização deste projecto, que visa aumentar gradualmente a oferta de matrículas e diversificação de áreas de formação, não só a nível das licenciaturas, mas de mestrados e pós-graduação, as unidades deverão apostar nos quadros estrangeiros para suprir a carência de docentes, bem como no recrutamento de novos quadros no mercado nacional.

O arranque de novas unidades constitui a prioridade para este ano, em especial em zonas onde será feito pela primeira vez, como é o caso da província do Moxico.

Neste ano lectivo estarão a funcionar o Instituto Superior Tecnológico do Lobito (com o curso de Informática), duas novas instituições de Letras e Ciências Sociais ( UAN), e o Instituto Superior de Enfermagem (ISE) no Bié.

Por questões financeiras, o Governo disponibilizou apenas três mil bolsas internas das seis mil inicialmente previstas em 2009.

Outro aspecto de realce do ano findo foi a apresentação dos 65 primeiros licenciados da Universidade Independente (Unia) na especialidade de Ciências da Comunicação.

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