segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Timor-Leste/Milhares protestam contra o governo



6 dezembro 2009/timorlosaenacao http://timorlorosaenacao.blogspot.com

Milhares de pessoas desfilaram hoje, domingo, pelas ruas de Díli, capital de Timor-Leste, numa "Marcha para a Vitória" convocada pela FRETILIN, o maior partido timorense, na oposição.

Vindas dos vários distritos para Díli, onde participaram num encontro das estruturas do partido, os militantes fizeram depois um cortejo pelas principais ruas da cidade, deslocando-se em bicicletas, motorizadas, automóveis, autocarros e camiões e empunhando bandeiras da FRETILIN e cartazes com a imagem do seu líder, Mari Alkatiri.

O encontro e o desfile foram seguidos de algum aparato policial mas não se registou qualquer incidente na capital, de acordo com fonte da polícia das Nações Unidas (UNPOL) contactada pela agência Lusa.

Segundo Mari Alkatiri, a "mobilização popular" que respondeu ao apelo de participação da FRETILIN deve servir de sinal ao governo e à maioria parlamentar que a sustenta (AMP), do descontentamento da população com o rumo que está a ser dado ao país.

"Face ao que queríamos, a adesão foi além disso e terão participado cerca de oito mil pessoas. Se eles (o governo e a AMP) forem políticos e não forem cegos vão perceber que esta mobilização é um sinal, se não o forem, não vão perceber..." disse à Lusa Mari Alkatiri.

O líder da FRETILIN afirma que o desfile de hoje marca o início de uma nova etapa do seu partido e uma alteração de estratégia, tendo em vista os próximos actos eleitorais:

"Até aqui temos vindo a falar mais da marcha da paz, e a paz pode-se fazer sem vitória. Agora introduzimos um novo conceito estratégico, que é o da marcha para a vitória".

A FRETILIN tem reivindicado a sua quota-parte no mérito da pacificação do país, considerando a sua liderança que é chegado o momento de eleger outra preocupação, que é a de se reforçar para a disputa do jogo democrático, de maneira a sair claramente vitoriosa nos próximos actos eleitorais.

"A "Marcha para a Vitória" não é só marchar: é consolidar as estruturas da FRETILIN e prepararmo-nos para todos os desafios, nomeadamente as eleições autárquicas, legislativas e presidenciais", comentou à Lusa Mari Alkatiri.

Apesar de ser o partido mais votado nas últimas eleições legislativas, em que não obteve maioria absoluta, a FRETILIN não foi convidada a formar governo pelo Presidente da República que optou por designar como primeiro-ministro Xanana Gusmão, líder do CNRT, que criou com outros pequenos partidos a Aliança da Maioria Parlamentar (AMP).

A FRETILIN tem repetidamente questionado a legitimidade do governo presidido por Xanana Gusmão e reclamou vitória nas recentes eleições uninominais para os sucos (freguesias), em que foi vedada aos partidos políticos a apresentação de candidatos, alegando que a maioria dos eleitos são seus militantes.

Ao contrário das eleições para os sucos, as próximas eleições autárquicas, em preparação, vão ter o confronto eleitoral directo entre os partidos políticos, com a apresentação de listas para os executivos e assembleias municipais. (Jornal de Notícias)

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