sábado, 6 de dezembro de 2008

Chanceler luso vê falta de progresso na relação UE-África

Lisboa, 5 dezembro 2008 (Lusa) - Um ano depois da cúpula UE-África de Lisboa, o ministro português das Relações Exteriores, Luís Amado, considera que é visível a reorientação do diálogo entre os dois continentes e atribui alguma falta de progresso à profundidade da mudança operada.

"Este foi um ano em que alguns passos já foram dados, não tantos quanto gostaríamos (…), mas é óbvio que os problemas que o continente tem não vão ser resolvidos nas próximas décadas (porque) são problemas de grande dimensão que têm de ser perspectivados a longo prazo e em cooperação com a União Européia ", disse Amado.

O chefe de diplomacia lusa frisou que "a principal contribuição da reunião foi mudar o paradigma do relacionamento entre a Europa e África" e considerou que, nessa perspectiva, "o ano que passou mostrou que há uma reorientação do diálogo estratégico e político entre a UE e a UA que vai prosseguir nos próximos anos".

"Espero que com mais celeridade, mais rapidez, e que o programa das várias parcerias que foram aprovadas em Lisboa se desenvolva mais rapidamente", disse.

Abertura

Questionado sobre se atribui os atrasos no desenvolvimento do Plano de Ação exclusivamente à mudança institucional na União Africana, Luís Amado destacou a dimensão e profundidade associadas à abertura de um novo processo de relacionamento entre os dois continentes.

"Acho que as mudanças que se verificaram nem foram ainda percebidas em toda a sua dimensão por muitos dos atores que estão envolvidos neste processo. Há uma mudança de paradigma, há mudanças institucionais, há problemas e conflitos que continuam a desenvolver-se e, portanto, é natural que tenha havido algum entorpecimento no desenvolvimento do processo", disse.

O ministro defendeu ainda que no atual contexto de crise financeira internacional deve ser dada uma "renovada atenção à parceria UE-África", na medida em que a crise não vai afetar apenas os países mais ricos como também, "em última e mais grave instância, os estados menos desenvolvidos e as regiões mais deprimidas".

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