segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Timor pode ser alvo de onda de violência, diz ex-premiê

Maputo, 10 outubro 2008 (Lusa) - O ex-primeiro-ministro timorense Mari Alkatiri afirmou que, "a todo o momento", o Timor Leste "pode ser alvo de uma onda de violência", devido à "fragilidade" da situação política, económica e social do país.

Alkatiri descreveu a situação no país asiático após uma reunião com o presidente moçambicano, Armando Guebuza, em Maputo.

"Felizmente, agora não há violência. E é uma vantagem. Mas as fragilidades que persistem fazem-nos pensar que a todo o momento, o país pode desembocar novamente numa onda de violência", disse o ex-premiê timorense e também secretário-geral da Fretilin, maior partido de oposição timorense.

Alkatiri foi forçado a se demitir do cargo de primeiro-ministro em 2006, depois de ter sido acusado de responsabilidades na violência registada naquele ano.

O fato de a Fretilin não reconhecer a legitimidade do actual primeiro-ministro, Xanana Gusmão, torna o cenário político timorense "mais complicado".

"A relação entre a Fretilin e Xanana Gusmão é mais complicada, porque nós não o reconhecemos como primeiro-ministro, consideramos que Xanana Gusmão usurpou o poder que assume actualmente".

Partido
Apesar de a Fretilin ter sido o partido mais votado nas eleições de 2006, embora sem maioria absoluta como na anterior legislatura, o chefe de Estado timorense, José Ramos-Horta, optou por convidar Xanana Gusmão para formar o governo, que tem o apoio de uma aliança parlamentar maioritária.

"A Fretilin é que ganhou as eleições legislativas, por isso devia ter formado governo, mas não é o que se passou", disse Alkatiri, explicando as razões por que recusa a legitimidade do Executivo liderado por Xanana Gusmão.

A legenda anunciou que vai promover uma Marcha da Paz em Díli, que esteve inicialmente prevista para Outubro, mas que poderá ocorrer em Janeiro, segundo disse Alkatiri numa entrevista recente à Agência Lusa.

Nesta semana, Xanana Gusmão se manifestou preocupado com o risco de uma nova onda de violência, referindo-se à iniciativa do maior partido da oposição.

"Vamos permitir que haja manifestação porque é um direito constitucional, mas estamos preocupados com o risco de uma nova onda de instabilidade", afirmou o premiê timorense.

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