sábado, 27 de setembro de 2008

CPLP vai dar passos necessários para que o Português seja língua oficial na ONU

Nova Iorque, 25 setembro 2008 (Lusa) - Os países de Língua Portuguesa comprometeram-se quarta-feira, em Nova Iorque, a "dar os passos necessários" para que o seu idioma seja uma língua oficial das Nações Unidas e das suas agências, revelou o Presidente de Portugal, Cavaco Silva.

O compromisso foi assumido num almoço de trabalho de Cavaco Silva com os Presidentes do Brasil, Lula da Silva, de Cabo Verde, Pedro Pires, de Moçambique, Armando Guebuza, de São Tomé e Príncipe, Fradique de Meneses, e de Timor-Leste, Xanana Gusmão.

Angola e a Guiné-Bissau fizeram-se representar pelos ministros dos Negócios Estrangeiros, respectivamente João Miranda e Maria da Conceição Cabral.

Presentes estiveram também o ministro português dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, o enviado especial da ONU para a Tuberculose, Jorge Sampaio, e o alto comissário da ONU para os Refugiados António Guterres.

"É a primeira vez que os Países de Língua Portuguesa assumem o compromisso firme, eu diria mesmo formal, de dar os passos necessários para que a Língua Portuguesa seja uma língua oficial das Nações Unidas e das suas agências", comentou Cavaco Silva.

O Chefe de Estado português revelou que foi desenvolvida uma estratégia e que se examinaram os respectivos custos.
"Considerou-se que a importância política é de tal monta, que se justifica que os países se juntem para os suportar", disse.

Durante o almoço no restaurante Four Seasons, em Nova Iorque, os embaixadores das Missões Permanentes na ONU foram instruídos para prepararem um documento e colaborarem com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para avaliar os passos necessários à formalização da decisão.

Cavaco silva revelou ainda que "houve uma discussão muito interessante à volta da mesa sobre a formação universitária e de quadros nos respectivos países".

"O Presidente Lula da Silva voltou a apresentar a decisão do governo brasileiro, que irá ser brevemente aprovada pelo Congresso, de criar uma universidade lusófona", acrescentou Cavaco Silva, adiantando que o estadista brasileiro introduziu um segundo tópico para discussão: o que fazer para que os estudantes dos países africanos de Língua Portuguesa e de Timor-Leste regressem aos seus países depois de terminada a formação académica.

Cavaco Silva assegurou que "houve um espírito muito aberto, de forte cooperação e de forte engajamento, como dizem os mocambicanos", salientando que "todos os participantes se sentem muito comprometidos com a Lingua."

A reunião terminou depois de um brinde, com vinho do Porto, "à sequência que os ministros dos Negócios Estrangeiros e embaixadores vão dar as decisões tomadas à volta da mesa."

A terminar o dia, o Cavaco Silva visitou a Missão Permanente de Portugal junto da ONU.

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