sexta-feira, 25 de julho de 2008

UM CHARLATÃO E SUAS FALSAS MEDICINAS

Via Campesína

[ADITAL] Agência de Informação Frei Tito para a América Latina
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Adital - Genebra 22 julho 2008

Comunicado de imprensa da Via Campesina sobre a reunião mini-ministerial e bilateral da Organização Mundial do comércio (OMC).

Para solucionar a crise alimentar, a OMC pressiona por uma maior liberalização: mais óleo na frigideira!

Quarenta ministros de comércio pré-selecionados, convidados a Genebra, não têm nenhum tipo de mandato para decidir sobre o futuro de milhões de pessoas. A Via Campesina exige o abandono das negociações da OMC!

As políticas da OMC têm destruído os mercados alimentícios e agrícolas. Têm conduzido a uma privatização dos serviços e dos recursos naturais e têm gerado uma bolha especulativa sobre a qual os governos nacionais não possuem nenhum controle. A causa dessa especulação com a alimentação, o número de pessoas que sofrem por má nutrição tem alcançado quase 1 bilhão de pessoas.

A atual crise alimentar mundial é uma conseqüência direta da liberalização dos mercados e das políticas alimentares e agrícolas. Não é uma crise de produção, mas uma crise de políticas. Nunca houve tantos alimentos no planeta; porém, as ilegalidades na distribuição dos alimentos têm piorado devido ao aumento dos preços a favor das Corporações Transnacionais.

A liberalização do comércio está no centro do problema. Utilizar como medicinas as mesmas receitas que têm fracassado somente aprofundam as crises alimentar e climática. Sago Indra, um dos líderes da Via Campesina na Indonésia, afirma: "Pretender resolver a crise alimentar atual através da OMC é como se estivéssemos chamando o médico errado para solicitar-lhe remédios inadequados".

Durante esse tempo, as corporações transnacionais têm reforçado seu controle sobre os mercados de alimentos, nos setores da produção e da distribuição. Utilizam essa crise como uma oportunidade para aumentar seus benefícios e ampliar o alcance de seus negócios. As pessoas consumidoras, o pequeno campesinado e os trabalhadores rurais são os grandes perdedores das políticas atuais. Os altos preços no consumo e os preços baixos para os produtores provocam a fome nas zonas rurais e urbanas.

Um acordo maquiado não vai esconder o fracasso de uma suposta rodada de desenvolvimento que, na realidade, é uma ronda da crise alimentar. Os pequenos camponeses, os trabalhadores agrícolas e os produtores de alimentos, homens e mulheres ao redor do mundo, não vão deixara-se enganar. Em apoio às inúmeras lutas contra a OMC em todo o mundo, exigimos a abolição de todas as negociações comerciais dentro da OMC.

A alimentação não é uma mercadoria!
Pela defesa do direito a produzir, a alimentar e a comer!
OMC: fora da agricultura!

Os camponeses da Via Campesina que estão disponíveis para entrevistas em Genebra:

1. Eka Kurniawan Sago Indra: camponês indonésio, produtor de arroz no oeste de Sumatra. É um dos líderes da União Camponesa da Indonésia (Serikat Petani Indonésia / SPI), membro da Via Campesina.
2. Jaime Tadeo: é produtor de arroz, líder da organização camponesa filipina PARAGOS, membro da Via Campesina.
3. José Luis Hernández: Vicepresidente da Unión Nacional de Trabajadores (UNT) e Secretário de Assuntos Sindicais da Central Independiente de Campesinos y Trabajadores Rurales, membro da Vía Campesina.

Contato para os meios de comunicação em Genebra: Tejo Pramono, +41 788760163

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