terça-feira, 29 de julho de 2008

Moçambique/Região austral busca acordo de partilha do rio Zambeze

Maputo, Moçambique, 28 julho 2008 - Funcionários superiores de alguns países da região austral de África estiveram reunidos sexta-feira em Maputo em busca de um acordo de partilha do rio Zambeze, informou o jornal Notícias, de Maputo.

O diário acrescenta que um entendimento de partilha daquele recurso já deveria ter sido assinado no ano passado, mas as partes não chegaram a entendimento sobre questões cruciais, nomeadamente sobre a satisfação de interesses particulares dos países.

De acordo com o director nacional de Águas, Julião Alferes, países como o Zimbabwe e a Zâmbia têm dificuldades para avançar para a assinatura de protocolos regionais de partilha do Zambeze, porque não concluíram ainda as estratégias e planos nacionais de gestão de recursos hídricos e não podem, assim, ratificar sem ter a certeza de que os seus interesses estão bem defendidos.

Julião Alferes disse ainda que já existe um protocolo assinado pelos países que partilham a bacia para a criação da Comissão da Bacia do Zambeze (Zamcom), que teria como missão zelar pelos interesses dos países na exploração, uso e planeamento dos recursos daquele rio.

As discussões sobre o assunto já se arrastam há algum tempo e inicialmente alguns apareciam a dizer que a água é “gerada” nos seus países e, por isso, têm direito a maior quantidade, enquanto que outros reclamavam a necessidade de troca de dados sobre mitigação de cheias e secas, da disponibilidade de água para irrigação, produção de energia, etc.

No encontro de sexta-feira as partes assumiram o compromisso de avançar rapidamente para a operacionalização da Zamcom.

“Estes processos levam algum tempo. No nosso caso particular, temos grandes interesses. Estamos a jusante, pretendemos um desenvolvimento rápido da bacia do Zambeze quer na agricultura, quer na produção de energia, infra-estruturas que não podem ser construídas sem atender à situação do uso de recursos, para além de sofremos frequentes cheias”, disse Julião Alferes.
(macauhub)

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