quinta-feira, 6 de março de 2008

CPLP/Jaime Silva defende cooperação mais substância nas pescas

Maputo, 6 março 2008 - O ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas português defendeu hoje que a cooperação a nível da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa deve gerar "mais substância", para a resolução dos "problemas comuns" que as pescas enfrentam.
Jaime Silva, que falava à Agência Lusa à margem da 3ª Sessão Ordinária da Conferência dos Ministros das Pescas da CPLP, que começou hoje na cidade da Matola, sul de Moçambique, desafiou os seus pares da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) a trabalharem para uma cooperação virada para "resultados concretos".
O governante, que entregou hoje a Moçambique a presidência que Portugal vinha assumindo desde 2005 na Conferência dos Ministros das Pescas da CPLP, afirmou que os três anos em que o seu país presidiu à organização foram "marcados pelo aprofundamento do diálogo e pela realização de algumas acções técnicas, mas é preciso que se passe agora para acções que se traduzam em mais substância ao nível da cooperação".
"Aprofundámos o diálogo, houve algumas acções técnicas, mas há que passar para algo mais substancial, é esse o desafio que transmitimos a Moçambique, na transferência da presidência", sublinhou o titular da pasta da Agricultura, Desenvolvimento Rural e das Pescas no executivo português.
Jaime Silva enfatizou o imperativo da cooperação entre os Estados da CPLP ao nível das pescas, tirando partido da "vantagem da língua comum, para a discussão de dificuldades" que são comuns a "todos os países".
"O constante aumento dos preços de combustíveis, a pirataria, a segurança marítima e dos recursos marinhos são preocupações que tocam a todos e não exclusivas de uma determinada categoria de países", assinalou Jaime Silva.
O ministro da agricultura manifestou a vontade de Portugal promover junto dos seus parceiros da CPLP a discussão antecipada de propostas de directivas da União Europeia (UE) para o sector das pescas, cujo "desconhecimento, devido à sua complexidade, leva a que sejam vistas como barreiras burocráticas e proteccionismo".
Por seu turno, o ministro das Pescas moçambicano, Cadmiel Muthemba, que assumiu hoje a presidência da Conferência dos Ministros das Pescas da CPLP, apontou a partilha de informação entre os Estados da organização, como um pilar essencial da cooperação.
"A discussão atempada de directivas da UE para o sector das Pescas, que são muitas vezes encaradas como barreiras pelos países que pretendem exportar para aquele espaço, é um dos aspectos que deve ser tomado a sério", frisou Muthemba.
"O apoio na área da fiscalização marítima e dos recursos piscatórios também merecerá uma atenção especial por parte de Moçambique", durante a sua presidência da conferência, enfatizou o ministro moçambicano das Pescas.
Na reunião que decorre na Matola participam, além de Moçambique e Portugal, delegações de Angola, Brasil, Timor-Leste e Guiné-Bissau. (Notícias Losófonas)

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