terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Petrolífera angolana não descarta investir em Portugal

Luanda, 25 fevereiro 2008 (Lusa) - O presidente do conselho de administração da petrolífera Sonangol, Manuel Vicente, admitiu a possibilidade de investir no setor do gás em Portugal, dependendo do sucesso das atividades de prospecção realizadas.
Num encontro com jornalistas, em Luanda, Vicente disse que a estratégia de internacionalização da empresa pode incluir ainda a possibilidade entrar no setor do gás na Espanha, França e Portugal.
"Se nós, no quadro das perspectivas que temos de detecção de mais reservas de gás, formos felizes, para além de desenvolvermos o sector petroquímico, vamos continuar a exportar”, disse.
"Como se sabe, devido aos problemas que existem entre a Europa e a Rússia, o setor do gás natural é um valor precioso", afirmou Manuel Vicente.
O diretor da petrolífera Sianga Abílio, que acompanhou a comitiva do dirigente angolano, afirmou que a Sonangol já está intervindo no ramo do gás nos Estados Unidos, onde tem um terminal de gaseificação.
Além disso, a estatal já está no mercado norte-americano por meio da subsidiária Sonangol USA, dedicada à comercialização de óleo, com sede em Houston.
Iniciativas
É uma estratégia importante poder beneficiar de todas as mais-valias que o produto representa, desde a produção, processamento, transporte e comercialização", disse, acrescentando que este processo é feito através de um consórcio que integra empresas como a El Paso, Gulf Energy e a Sonangol.
O continente africano nesta estratégia "não está esquecido" pela Sonangol, e a prova disso mesmo, segundo Vicente, é que a empresa adquiriu, "recentemente", 20% da refinaria de Abidjan, na Costa do Marfim.
Sobre as perspectivas futuras dos investimentos angolanos no exterior, Manuel Vicente admitiu algumas alterações significativas.
"A internacionalização faz parte da política de Estado. Fala-se de um fundo soberano. Cingapura tem, a Malásia tem, nós ainda não os temos. Mas, quando os tivermos, serão esses fundos a levar a cabo parte dessa estratégia", explicou.
"Mas isso não quer dizer que a Sonangol vá deixar de comprar ativos lá fora. Mas muito do que está a fazer, nomeadamente na banca, poderia ser um outro veículo- os fundos soberanos - a fazê-lo", afirmou o representante da companhia angolana.

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