sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Comissão de Anistia promoverá iniciativas culturais até 2010


Foto: Brasília - Frei Betto faz palestra no lançamento Anistia Cultural, no Ministério da Justiça

Débora Xavier, repórter da Agência Brasil

Brasília, 21 fevereiro 2008 - A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça pretende acelerar a análise dos processos para que, até 2010, sejam concluídos os 30 mil pedidos de reparação dos danos aos perseguidos pela ditadura militar.

E para dar mais visibilidade aos trabalhos, empreenderá uma série de iniciativas culturais. “Em 2006 foram julgados 7.300 processos.

No ano passado, 10.228. Com essa média, a expectativa é que nesses três anos tenhamos concluídos todos os processos”, afirmou o presidente da Comissão, Paulo Abrão.

Para marcar a abertura dos trabalhos deste ano, a Comissão lançou hoje (21), no Salão Negro do Ministério da Justiça, o projeto Anistia Cultural, que segundo Abrão "abre a chance de que os julgamentos não sejam realizados apenas burocraticamente, mas que sejam uma oportunidade para a que sociedade brasileira tenha melhor percepção sobre como a História do Brasil passa pela Comissão".

Para inaugurar o projeto, Frei Betto, preso durante o período de repressão, falou sobre a luta de diversos setores da sociedade pela volta da democracia.

A cada mês, o projeto pretende promover palestras sobre temas diversos – a de março será sobre as mulheres que atuaram na resistência à ditadura militar e a de abril, sobre o papel dos estudantes nesse processo.

“Nossa intenção também é a de fomentar uma participação maior da juventude, que é naturalmente o grupo que mais desconhece a história do nosso país", disse a coordenadora do projeto, Flávia Carlet.

Nos planos do projeto está uma ampla divulgação, nas escolas, de material relacionado aos anos de repressão.

O Anistia Cultural se estenderá até o final de 2010 e além das palestras estão previstas mostras de filmes, charges e fotografias.

Flávia Carlet informou ainda que em abril começarão as Caravanas da Anistia, que levarão a diversos estados semanário culturais e sessões reais de julgamentos dos pedidos de indenização de perseguidos políticos.

“Pretendemos também lançar o Prêmio Nacional de Documentários sobre o assunto e instalar o Centro de Referência Virtual, que terá acervo digitalizado com as informações que temos no Ministério da Justiça”, acrescentou.

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