sexta-feira, 20 de julho de 2007

Brasil/Mulheres do Amazonas definem propostas para conferência nacional

Amanda Mota / Repórter da Agência Brasil

Manaus, 19 Julho 2007 - Representantes de entidades governamentais e de movimentos sociais da capital e do interior definiram hoje (19) as propostas que o estado levará à Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, que se realizará em agosto, em Brasília. Nos dois últimos dias, a conferência estadual discutiu, entre outros temas, os direitos das mulheres ligados à educação, saúde e trabalho, além da violência contra a mulher.

A presidente do Conselho dos Direitos da Mulher no estado, Graça Prola, destacou que negros e indígenas ganharam espaço, no encontro, para apresentação de suas demandas: "Essa conferência contou com delegados provenientes de um amplo processo de mobilização estadual que ocorreu nas conferências regionais, na calhas dos rios e nos municípios do Amazonas, nos últimos meses. O movimento negro e o indígena têm propostas inerentes ao segmento e à etnia, que não deixaram de ser apresentadas por aqui também".

Na abertura da conferência estadual, ontem (18), a ministra Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, apontou a violência como um dos principais problemas enfrentados pelas mulheres, mas ressalvou que "um modo de combater isso é a política nacional implementada pelo governo federal". Ele lembrou também a discussão sobre a ampliação dos espaços de poder para as mulheres: "Nossa representação no Congresso Nacional, por exemplo, é de apenas 8,96%, numa democracia onde 51% são mulheres. Isso não pode ser a nossa representação".

De acordo com Catarina Saldanha, da Delegacia da Mulher, somente a capital amazonense registra uma média de 800 casos de violência física contra mulheres. "O aspecto cultural ainda é o principal estimulante da violência. É claro que as drogas lícitas e ilícitas contribuem para isso, mas na grande maioria dos casos observamos que a violência é fruto da crueldade nua e crua. A bebida, por exemplo é apenas um componente desse triste cenário e uma prova disso é que um homem embriagado não rasga dinheiro nem bebe soda cáustica", enfatizou.

Também foi discutida na conferência estadual proposta para a elaboração de um banco de dados virtual sobre a mulher, com dados que poderão contribuir para a formulação de políticas públicas de apoio.

http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2007/07/19/materia.2007-07-19.2185549072/view

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