sábado, 30 de junho de 2007

Guiné-Bissau / Nações Unidas recomendam mais apoios internacionais

Bissau, 30 Junho 2007 - A secretaria-geral adjunta das Nações Unidas, Asha Rose Magiro reconheceu hoje que as autoridades da Guiné-Bissau têm feito progressos assinaláveis no processo de estabilização interna, mas recomendou a continuidade das ajudas da comunidade internacional.


A secretaria-geral adjunta das Nações Unidas, Asha Rose Magiro reconheceu hoje que as autoridades da Guiné-Bissau têm feito progressos assinaláveis no processo de estabilização interna, mas recomendou a continuidade das ajudas da comunidade internacional.

A responsável da ONU fez estas considerações quando procedia ao balanço de uma visita de 24 horas à Guiné-Bissau, para constatar a real situação do país, palco de instabilidade político-militar nos últimos nove anos.

Na sua visita, Asha Magiro encontrou-se com os elementos da sociedade civil, da classe judicial e entidades políticas, nomeadamente com o Presidente João Bernardo «Nino» Vieira, parlamentares, governo e a presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Maria do Céu Monteiro.

De todas estas entidades, a secretaria-geral adjunta da ONU disse que recebeu informações que evidenciam os progressos e o empenhamento que têm sido assumidos para a estabilização do país, mas também todos reafirmaram a necessidade de o país ser apoiado técnica e financeiramente pela comunidade internacional.

Asha Magiro disse que durante a visita constatou que o diálogo e a reconciliação, bem como a promoção de «grandes reformas», são valores assumidos pelas autoridades políticas, judiciais assim como pela própria sociedade civil guineense.


Contudo, a secretaria-geral adjunta das Nações Unidas, concluiu que, apesar dos esforços, a situação geral da Guiné-Bissau continua a caracterizar-se pela fragilidade das instituições e dificuldades quotidianas da população.


A falta de água potável, da electricidade, a ausência de infra-estruturas básicas, bem como os serviços limitados a nível de cuidados de saúde e educação, aliados a uma económica fraca, são, entre outros, as fraquezas registadas pela responsável da ONU.

No entanto, Rose Magiro disse que a nível da governação política, há esforços importantes que têm sido empreendidos pelas autoridades, nomeadamente no trabalho de saneamento das finanças públicas e o compromisso para a realização das próximas eleições legislativas em 2008.


«As próximas eleições legislativas são um teste sério à maturidade democrática da Guiné-Bissau, pelo que a comunidade internacional encoraja as autoridades a tudo fazerem para que o processo seja limpo, transparente e aceitável», assinalou Rose Magiro.

Tal como o sucesso eleitoral, a reforma das finanças públicas e o combate ao HIV/SIDA bem como ao narcotráfico são outros dos assuntos que Rose Magiro entende que devem ser prioritários para as autoridades e a sociedade civil da Guiné-Bissau.

Quanto à luta contra o HIV/SIDA, a secretaria-geral adjunta das Nações Unidas visitou um centro de tratamento da doença, tendo ficado impressionada com o trabalho que tem sido feito «mesmo com os parcos recursos». Rose Magiro apelou toda a comunidade guineense para se mobilizar no combate ao vírus da SIDA.


Em relação à droga, Rose Magiro afirmou ter recebido «sinais de preocupação» de todos os elementos, tanto políticos, magistrados como representantes da sociedade civil, com os quais se reuniu.

«Todos mostraram sinais de preocupação quanto à questão da droga. Todos deixaram entender que é um problema e um perigo para o país. Mas também todos sublinharam que o país não consegue fazer face ao problema se não for ajudado» defendeu Rose Magiro.

A secretaria-geral adjunta das Nações Unidas, que partiu hoje para Acra, no Gana, para aí assistir à cimeira da União Africana, afirmou que vai apresentar ao secretário-geral, Ban Ki-Moon um relatório da sua visita a Bissau o qual, «certamente será levado ao conhecimento do Conselho de Segurança», assinalou. (Noticias Lusofonas)

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