domingo, 27 de maio de 2007

Para evitar sustos, Brasil busca gás em outros

Um dos principais projetos da Petrobras para minimizar os riscos de desabastecimento de gás natural, após os problemas enfrentados na Bolívia, é a inserção do gás natural liqüefeito (GNL) na matriz energética do país.

A estatal construirá duas plantas de regaseificação – na Baía de Guanabara (RJ) e no Porto de Pecém (CE) – que devolverão ao estado gasoso o gás líquido importado de países de regiões mais distantes, como Argélia, Nigéria (África), Catar e Omã (Oriente Médio), além de Trinidad e Tobago, na América Central.

Este gás se destinará basicamente às unidades térmicas de geração de energia, 13 das quais são da própria empresa. E só será utilizado, a princípio, caso falte água e as hidrelétricas não gerem a quantidade necessária de energia, segundo a Petrobras.

A contratação de duas embarcações da empresa norueguesa Golar LNG para os terminais fluminense e cearense marca a entrada da Petrobras no mercado mundial de GNL. As duas unidades flutuantes de regaseificação e armazenamento podem também ser usadas no transporte do gás líquido.

O fretamento dos dois navios, aprovado no final do mês passado, custará cerca de US$ 90 milhões por ano, incluindo as despesas de operação.

Uma das unidades terá capacidade de regaseificar até 14 milhões de metros cúbicos de gás por dia e a outra, até 7 milhões – o Brasil consome quase 50 milhões. Ambas poderão operar em qualquer um dos terminais. Segundo a Petrobras, a primeira unidade deve entrar em operação no primeiro semestre de 2008.

Além de marcar a entrada da companhia no negócio de GNL, o projeto atende aos objetivos estratégicos de aumentar a flexibilidade do mercado brasileiro de gás natural para as necessidades de geração termelétrica, diversificar as fontes de suprimento e antecipar o desenvolvimento deste mercado.

Confiabilidade
Na avaliação da estatal, o Projeto GNL é “a melhor solução técnica e econômica encontrada para viabilizar o suprimento flexível de gás”, tanto no curto quanto no longo prazo, disponibilizando gás natural nas regiões Sudeste e Nordeste do país e garantindo a confiabilidade das termelétricas.

A Petrobras explica que as duas embarcações norueguesas serão instaladas em águas abrigadas, próximo à rede de transporte e aos mercados consumidores. Um duto vai conectar o píer ao continente, onde o transporte do gás natural estará integrado ao sistema de gasodutos da companhia.

Por estar “essencialmente voltado para a demanda flexível das termelétricas”, de acordo com a Petrobras, o terminal da Baía de Guanabara ficará próximo a três grandes usinas (Barbosa Lima Sobrinho, Leonel Brizola e Mário Lago). Já o de Pecém, além do suprimento a termelétricas (TermoFortaleza, TermoCeará e Jesus Soares Pereira), vai suprir também parte do mercado industrial da região Nordeste. (Agência Brasil / Vermelho / 27 de maio de 2007)

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