terça-feira, 29 de maio de 2007

Ministro critica ''equívoco'' da Igreja sobre a pílula

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, qualificou, nesta segunda-feira (28), de ''equívoco total'' as críticas da Igreja Católica à difusão de métodos contraceptivos. ''É grande o número de casais católicos que aprovam os métodos anticoncepcionais'', argumentou Temporão para a imprensa, em São Paulo, após o lançamento de um programa que inclui a venda de pílulas anticoncepcionais por R$ 0,30 a 0,40, para mulheres de baixa renda.

Os anticoncepcionais, que serão vendidos na rede de Farmácia Popular do Brasil, terão até 90% de desconto no preço de referência. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao lançar o programa ao lado do ministro, disse que ele faz parte do ''resgate'', de uma dívida social secular que o governo tem com o povo brasileiro.

''O apoio da população é massivo''
Na avaliação de Temporão, o programa visa disseminas informações sobre os métodos contraceptivos ampliar o acesso da população aos meios de evitar uma gravidez indesejada. Ele disse que respeita a opinião da Igreja, mas não vê a objeção desta como um impedimento ao projeto. ''A questão não me preocupa'', resumiu.

''O apoio da população brasileira a esses métodos contraceptivos é massivo, não vejo resistências. E eu percebo que há uma grande cobrança da sociedade e uma grande demanda por mais informações e acesso a esses meios'', observou ainda.

Governo não tomará iniciativa sobre aborto
O ministro da Saúde respondeu aos jornalistas também sobre a polêmica do aborto. Depois de aventar a possibilidade de um referendo sobre a descriminalização da interrupção voluntária da gravidez, disse que a questão está em debate no Congresso Nacional e cabe a ele decidir sobre o tema e realizar os debates necessários com a sociedade.

Temporão esclaeceu que o governo não pretende tomar a iniciativa sobre a polêmica, reavivada com a visita do papa Bento XVI ao Brasil. ''O governo não vai fazer mais nenhum movimento neste sentido'', disse ele.

O programa de venda subvencionada de anticoncepcionais permite que as 3.416 drogarias e farmácias credenciadas no programa Farmácia Popular do Brasil (que exibem a marca ''Aqui tem Farmácia Popular'') passem a vender anticoncepcional injetável (dose mensal), pílula monofásica de baixa dosagem e minipílula com até 90% de desconto em relação ao preço de referência, o que significa R$ 0,30 a 0,40 por pílula.

O objetivo é dar às mulheres que não buscam assistência no SUS, o acesso ao medicamento contraceptivo mais barato. O anúncio do projeto foi feito durante a comemoração do Dia Internacional da Saúde da Mulher e Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna. (Vermelho / Da redação, com agências / 28 DE MAIO DE 2007)

Veja também:
Lula anuncia investimento de R$ 100 mi em planejamento familiar

Nenhum comentário: